Case: Como a Fundação Telefônica Vivo incentivou o voluntariado nas férias

Promover transformação social com muita dedicação e espírito colaborativo. Esse é o objetivo do programa Vacaciones Solidárias, que seleciona colaboradores voluntários do Grupo Telefônica a doarem 15 dias de suas férias para atuarem em ações sociais e educativas ao redor do mundo. Durante duas semanas, os voluntários participam ativamente de uma experiência ímpar, colaborando para a melhoria de projetos e espaços que fazem a diferença na vida de muitas pessoas no Brasil e em outros países.

Há alguns anos falamos sobre “Intercâmbio Voluntário” aqui no Blog, porém dessa vez vamos ouvir da própria gestão do Programa de Voluntariado da Telefônica como é a organização dessa iniciativa no Brasil. Tive uma conversa com Karina Daidone Pimentel, gerente de projetos sociais da Fundação Telefônica Vivo, que nos contou detalhes sobre como colocar em prática um programa tão complexo e transformador. Confira a entrevista:

Sobre a Karina:

Karina Daidone

Nome: Karina Daidone Pimentel
Cargo: Gerente de Projetos Sociais – Voluntariado
Tempo de Telefônica: 12 anos
Formação: Graduada em Propaganda e Marketing, MBA em Gestão Empresarial pela FGV e Mestre em Comunicação Social. Antes de assumir a gestão do programa de voluntariado da Fundação Telefônica Vivo, já era voluntária dele 😉

 

Marcela Marchi: Imagino o quão trabalhoso seja planejar uma ação tão complexa como essa! Para começar, como são escolhidos os países e estados participantes de cada edição do Vacaciones Solidárias? E as Instituições parceiras a serem beneficiadas?

Karina Pimentel:  O Vacaciones Solidárias é um projeto global da Fundación Telefónica e ocorre entre os países que têm presença da nossa operação.  Os responsáveis pelo Programa de Voluntariado de cada país buscam instituições que tenham interesse e condições de receber um grupo de voluntários (nacionais e estrangeiros) durante 15 dias. Eles atuam no ambiente interno da instituição, envolvem-se com a rotina e dinâmica do dia a dia.

Daí a necessidade de que a instituição queira receber um projeto de apoio, pois é intenso e mobiliza algumas mudanças como, por exemplo, a ampliação de aprendizados dentro e fora da sala de aula, contribuindo para a inovação educativa, melhorias de infraestrutura, frentes de atuação para melhorar gestão, entre outras.

O projeto Vacaciones Solidárias tem como premissa potencializar outros projetos da Fundação, como o “Aula Digital e Programaê!”, então temos um olhar mais atento para avaliar se os territórios que já realizam esses projetos tem potencial de receber o Vacaciones Solidárias.

 

Marcela: Como são definidas as ações a serem realizadas nas Instituições? E como os voluntários podem contribuir com esse planejamento depois?

Karina: As ações de intervenção são traçadas por meio de levantamento das problemáticas da instituição, que são mapeadas em entrevistas realizadas com todos os atores presentes no contexto. Por exemplo, se falamos de uma escola, o levantamento é feito com o aluno, professores, coordenador pedagógico, diretor, administrativo, etc. A partir disso, determina-se as frentes de atuação e os voluntários formam grupos de trabalho para planejar ações para tratar as questões apresentadas. Antes do plano ser executado, ele é validado em conjunto com a instituição beneficiada, dado que para a sua continuidade e manutenção do legado, é de extrema importância a participação ativa da instituição. As intervenções visam contribuir para o cumprimento da missão social da instituição e os voluntários contribuem com melhoria da aprendizagem, autonomia e transformação social e cultural, desenvolvendo suas potencialidades, compartilhando e disseminando novos conhecimentos.

 

Marcela: Como é feita a inscrição dos colaboradores interessados? Eles escolhem o local onde irão atuar?

Karina: Os colaboradores do Grupo Telefônica se inscrevem por meio de um portal, respondem a um questionário com questões ligadas à sua história na empresa, atuação como protagonista do desenvolvimento social e características pessoais, além de informar o período de férias disponível, premissa básica para participar do projeto, de acordo com a oferta das datas de cada país e disponibilizadas na plataforma. A escolha do projeto e país de destino do voluntário selecionado é realizada pela Fundação Telefônica, considerando o período de férias do colaborador versus o do projeto e perfil.

Alguns dos critérios para participar são:

  • Ter, no mínimo, 1 ano de empresa;
  • Ter direito a férias no período de realização do projeto e disponibilidade de ceder 15 dias das férias;
  • Experiências prévias em atividades de voluntariado;
  • Ter participado em pelo menos uma das atividades do Programa de Voluntariado da Fundação Telefônica Vivo;
  • Conhecimento de Espanhol nível avançado/fluente (para edição internacional);
  • Não ter participado das edições anteriores do Vacaciones Solidárias.

 

Marcela: Após a inscrição, como a gestão da Fundação faz a seleção dos voluntários selecionados? Qual é normalmente a proporção de inscritos x vaga?

Karina: A principal providência é avaliar todos os candidatos, considerando os critérios de seleção estabelecidos no regulamento do projeto, divulgados no ato da inscrição. Além disso, todos os questionários são lidos, as respostas são analisadas, bem como a aderência do perfil do voluntário ao escopo do projeto a ser executado em cada país.

Para a versão internacional, que enviamos voluntários brasileiros para desenvolver projetos sociais em outros países, tivemos 223 inscritos e 15 selecionados. E para a versão nacional, que temos brasileiros atuando, mas também recebemos estrangeiros, tivemos 66 inscritos e 6 brasileiros selecionados, além de 24 estrangeiros.

 

Marcela: Como são organizados os treinamentos para os voluntários?

Karina: Antes dos voluntários viajarem para os projetos, eles participam de uma aula virtual, realizada através de plataforma, onde todos os voluntários selecionados estão conectados, desde seu país de origem, juntamente com a Fundação Telefônica Vivo local, membros da instituição beneficiada e parceiros locais que apoiam na gestão do projeto. Na aula, os voluntários podem se conhecer melhor por vídeo, se apresentam e conhecem mais detalhes da proposta do projeto. Também recebem “lições de casa”, como textos para serem lidos previamente e também “tarefas”, como coleta de materiais que contem a história do país e curiosidades para organizarem um feira cultural no projeto, além de receberem treinamentos específicos, de acordo com as atividades que serão desenvolvidas.

 

Marcela: Qual a estrutura logística por trás de uma ação tão intensa como essa? O que é necessário nos cuidados com o voluntário e para a execução da ação?

Karina: A Fundação Telefônica Vivo se responsabiliza pela compra de passagens aéreas, hospedagem, traslados, seguro, alimentação e materiais para as atividades.

 

Marcela: Como é feita a apresentação dos voluntários com a Instituição? Quanto tempo depois eles começam a trabalhar?

Karina: A apresentação acontece durante a aula virtual, os voluntários começam a trabalhar virtualmente desde esse primeiro contato, que acontece em até 2 ou 3 meses antes da chegada no país onde será realizado o projeto.

 

Marcela: E como a ação é acompanhada durante a sua execução nestes 15 dias? Deve dar um trabalhão garantir que tudo saia conforme o planejado não é mesmo?

Karina: A Fundação Telefônica Vivo organiza um cronograma com todas as atividades a serem desenvolvidas para que ao final das duas semanas consigam entregar um projeto de impacto social e todos saiam realizados.

 

Marcela: Uau, depois de tanto trabalho, como é feita a avaliação dos resultados?

K: Nosso parceiro local, que acompanha as atividades diariamente com os voluntários, em conjunto com a Fundação Telefônica Vivo, mapeiam todos os detalhes do projeto, apontando os resultados e oportunidades de melhoria.

Os voluntários e instituição beneficiada também respondem uma pesquisa de satisfação.

 

Marcela: Depois de tanto tempo de experiência com essa ação, o que vocês consideram que foi um grande aprendizado na gestão dessa iniciativa?

Karina: Cuidar dos detalhes de cada parte do projeto e também da experiência social e dos sentimentos dos voluntários é muito importante! Os detalhes contribuem para que cada momento seja rico e produzam aprendizados para todos os envolvidos, gerando mais empatia e espírito de colaboração. Cuidar da experiência social e dos sentimentos que afloram nos voluntários também é muito importante, eles estão longe de casa, com saudade da família, dividindo quarto e todas as horas do dia com outros colegas de empresa, que há poucos dias eram completos desconhecidos, estão imersos em muitas emoções, do compartilhando com pessoas que esperam deles empatia, carinho e contribuição, é de fato um projeto incrível, enriquecedor para a vida de todos que participam!

 

Veja agora o vídeo do projeto acontecendo na prática (e já prepare o lencinho, é emocionante!):

Edição Manaus (2018):

Edição Curitiba (2019):

Em 2019, o Vacaciones Solidárias terá 2 edições nacionais que ocorrerão em Sergipe e em São Paulo e 6 brasileiros foram selecionados, já na etapa internacional 15 brasileiros foram escolhidos e participarão de ações voluntárias em 8 países!

O V2V deseja muito sucesso a mais esta edição do projeto e que ele tenha vida longa nessa missão maravilhosa de conectar pessoas, em diversos lugares do mundo, para ser e fazer o bem. 😊