Fake news podem prejudicar suas ações de voluntariado – saiba como identificá-las

Tempos modernos, a notícia a um clique de distância e redes sociais cada vez mais complexas produzindo informações. Em um mundo em que a velocidade de propagação das notícias foi potencialmente multiplicada, as “fake news” ganham cada vez mais espaço. 

Em primeiro lugar, vamos à definição do termo:

Fake news: No sentido literal, o termo “fake news” significa “notícias falsas”. A expressão é usada para designar informações e/ou notícias que não representam a realidade, mas que são compartilhadas na internet como se fossem verídicas, principalmente através das redes sociais.

Esse artigo tem o objetivo de mostrar algumas formas de identificação das fake news, evitando que informações falsas possam prejudicar ações de voluntariado.

Outros aspectos relevantes sobre esse mesmo tema já foram abordados aqui no blog. 

Fake news no voluntariado

No contexto do voluntariado, em muitos casos os colaboradores tem ampla liberdade para desenvolverem e criarem ações. Nesse sentido, é fundamental que eles sejam orientados e saibam identificar notícias falsas para que não caiam em armadilhas.

Recentemente vimos a cidade de Brumadinho, em Minas Gerais, sofrer demasiadamente com a tragédia provocada pelo rompimento de uma barragem de rejeitos. O país se comoveu e vários voluntários se disponibilizaram a ajudar de diversas formas, inclusive financeiramente.

Mesmo em meio a todo esse sofrimento e comoção, ainda assim, houve quem se aproveitasse da situação e boa vontade da maioria. Não foram poucos os casos de propagação de falsos pedidos de doação para as vítimas da cidade. 

Alguns efeitos colaterais

Qualquer pessoa que gere ou propague fake news pode ser punida judicialmente, porém há motivos mais nobres para sempre nos preocuparmos com a veracidade dos fatos e o principal deles é: essas notícias falaciosas podem ter consequências desastrosas para um único indivíduo, família, grupo, país ou até mesmo para o mundo inteiro.

Por si só esse já seria um argumento irrefutável mas ainda assim, penso que é necessário citar alguns exemplos em que “fake news” tiveram consequências catastróficas:

Uma questão de saúde pública

Em 2018 se iniciou uma campanha de vacinação contra a febre amarela no Brasil e assim como os casos da doença,  as fake news também se multiplicaram. Boatos diversos foram disseminados, desde que “a febre amarela teria sido uma farsa criada para vender vacinas” e que “a vacina teria como efeito colateral a paralisação do fígado” até meias verdades como “o própolis espanta o mosquito da febre amarela”. Como consequência, as metas de vacinação não foram alcançadas.

Difamação, bullying e consequências psicológicas

Sarah Monteiro sentiu na pele os efeitos das fake news: após uma montagem pornográfica falsa que circulou pelas redes, a autônoma paraense ficou um mês sem sair de casa. Em uma cidade pequena, ela foi difamada, sofreu bullying e ficou isolada do seu meio de convívio. Não podemos mensurar as consequências psicológicas em um caso como esse, já que muitas vezes os efeitos se manifestam com o tempo.

Fake News eleitorais

Independente da sua posição política, um fato é inegável: as fake news neste âmbito são incontáveis, principalmente em épocas de eleições. E quem julga um fato que é fake, obviamente chega a conclusões errôneas. Nesse caso específico não é necessário citar um evento em particular, basta lembrarmos de acontecimentos recentes em que diversos grupos políticos se utilizaram de notícias falsas tanto no Brasil quanto no mundo.

Como identificar fake news 

Uma das formas mais eficazes de verificarmos a veracidade de uma informação é checando a sua fonte. E como fonte, podemos entender a origem daquela notícia, ou seja, onde ela foi gerada. Essa é a primeira investigação. 

As redes sociais não são fontes confiáveis

O berço das fake news é justamente esse. Posts no Facebook, áudios recebidos através de grupos ou amigos via WhatsApp são quase sempre o local de nascimento desse mal moderno. Os autores dessas inverdades utilizam esses meios como principais, justamente porque a velocidade de compartilhamento é enorme e a identificação da origem é extremamente difícil.

Imagens

Para evitar equívocos, tente sempre verificar se as imagens foram manipuladas. Algumas alterações são bem grotescas. Na dúvida, não divulgue. No caso de uma matéria, verifique se a foto tem créditos para o fotógrafo e/ou agência. Nunca propague fotos que possam afetar ou denegrir a imagem de alguém. Tente verificar também se a foto é recente. Em muitos casos, alguns “profissionais” antiéticos utilizam fotos antigas fora de contexto.

Linguagem

Em grande parte dos casos, as notícias falsas produzem uma linguagem apelativa, sensacionalista e especulativa. Opte pela leitura de artigos relevantes e que agreguem algo positivo à sua rotina.

Layouts e URLs

Cheque atentamente a URL do site onde a notícia está sendo veiculada. Muitos portais são cópias bastante fiéis de veículos tradicionais mas sempre há diferenças sutis, tanto na URL quanto no layout.

Comparação

Nunca se esqueça de que toda história tem, no mínimo, dois lados. Cheque sempre se a informação está sendo também propagada através fontes confiáveis e de que forma a notícia está sendo abordada. Você vai perceber que dependendo do tipo de abordagem, o teor da informação pode ser completamente modificado.

Credibilidade

É fundamental verificar se o autor ou o local onde a matéria foi publicada tem credibilidade. Verifique a reputação do autor e se o veículo é confiável. Em diversos casos, o nome do “jornalista” ou mídia onde o artigo foi publicado já produziu outros materiais de conteúdo reprovável.

Fact-Checking

O caso á tão sério que já existem agências e veículos especializados na avaliação de informações. Um bom exemplo é o portal “Fato ou Fake” especializado em revelar se há veracidade ou não nas principais notícias divulgadas nas redes sociais e portais.

Para refletir

Para finalizar, deixo aqui uma reflexão: Um exercício de empatia é sempre muito positivo nesse tipo de situação. Antes de propagarmos algo que possa prejudicar terceiros, é sempre importante nos colocarmos no lugar daquela pessoa. Citamos acima o caso de Sarah Monteiro que foi vítima de fake news após ter tido uma foto pornográfica espalhada nas redes. Esse caso foi antes de tudo um caso de desrespeito e ausência de empatia pois ainda que a foto fosse dela (e já foi provado que não era) por que divulgá-la?

É importante que a tecnologia seja sempre pensada e utilizada de forma positiva. Nesse sentido, podemos compartilhar matérias como as do site “razões para acreditar“.

Leia também o artigo “7 motivos pra continuar acreditando em 2019” e se inspire nas histórias. O desafio dessa semana é espalhar boas notícias!