Para construir um Programa de Voluntariado bem-sucedido é praticamente obrigatório investir tempo no engajamento de pessoas-chave que possam aderir e advogar pelo Programa na empresa e na comunidade. Isso significa elaborar a criação e fortalecimento de uma boa rede de relacionamentos dentro da empresa. Sem um grupo de pessoas que acreditam na ideia, muito provavelmente ela irá por água abaixo. isso é uma verdade especialmente quando falamos de voluntariado ou iniciativas que dependem quase que exclusivamente da participação de pessoas. Por isso é de extrema importância a conquista de parceiros estratégicos nesta caminhada.
Se me perguntassem se existe um segredo para o sucesso do voluntariado empresarial eu me arriscaria a dizer que é este: faça aliados!
Mas como esta tarefa está longe de ser fácil, separamos aqui algumas dicas que poderão te ajudar durante esta missão. Confira abaixo:
1. Identifique seus potenciais “clientes”
Antes de mais nada, você deverá mapear todos os possíveis parceiros que poderão lhe ajudar a apoiar e promover o voluntariado dentro da empresa. Faça essa tarefa com muita atenção e cuidado, pois acredite, às vezes um parceiro ignorado pode ser seu maior obstáculo.
Envolva áreas estratégicas fundamentais para o seu programa funcionar, como RH, Marketing e Jurídico, mas também não se esqueça daqueles parceiros não tão óbvios mas que podem te ajudar (e muito) em momentos mais delicados, como TI e Compras.
2. Venda o programa como se ele fosse um produto
Sim, pode parecer estranho, mas a lógica é a mesma. O que faz um consumidor decidir pela compra de um determinado produto? Basicamente é porque ele atendeu as suas necessidades.
Levando esse mesmo pensamento para um projeto, é como se os seus parceiros fossem os consumidores que enxergaram uma solução na sua ideia e decidiram compra-la.
Um dos grandes segredos dessa “venda” é entender quais são as características que o seu programa oferece levando em consideração as necessidades de cada um dos possíveis parceiros, por exemplo: quando for apresentar o programa para a Diretoria de RH fale com especial ênfase sobre o desenvolvimento de talentos que o voluntariado pode oferecer aos colaboradores, assim o RH dará maior valor ao programa e também o enxergará como um aliado no cumprimento de suas tarefas. 😉
3. Forme um time
Depois de vender a ideia é necessário fazer com que todos vistam a camisa e joguem junto, ou seja: que todos compreendam seus papéis e suas responsabilidades. Além de ser extremamente necessário para o bom andamento do projeto, isso ainda faz com que as pessoas desenvolvam um senso maior de comprometimento com a causa e se sintam responsáveis pelos seus resultados.
Para que essa relação de parceria persista no decorrer do tempo, a confiança também é um aspecto que deve ser trabalhado. Neste caso o nosso conselho é investir sempre em comunicação. Ela deve ser clara, objetiva e transparente, estando sempre aberta ao diálogo.
– Comitês ou Multiplicadores
Para que o seu programa chegue a todas as áreas da empresa é extremamente importante ter parceiros espalhados por todos os lugares.
Avalie qual a melhor forma de divisão para esta gestão. Caso seja por região geográfica, recomendamos formar pequenos grupos para compor Comitês de Voluntariado locais, responsáveis pela divulgação e microgestão do programa em sua região. Já caso a divisão seja por departamento, pode ser melhor escolher Multiplicadores ou Embaixadores do voluntariado em cada uma das áreas da empresa. Essas pessoas serão seus braços na execução de tarefas e ações de engajamento, mas também seus olhos e ouvidos para entender as demandas do público interno em diferentes realidades de local e trabalho (fábrica, escritório, força de vendas, etc). Seu contato com elas pode ser feito através de e-mail, grupos na internet ou plataforma corporativa de voluntariado.
Importante: Forneça um treinamento específico para estas pessoas. Elas estarão em contato direto com os voluntários da empresa e te ajudarão na resolução de dúvidas e problemas, portanto é fundamental que estejam bem informadas.
4. Lidere
A liderança tem um grande poder em qualquer tipo de projeto e um programa de voluntariado não foge a esta regra. Uma liderança forte e proativa inspira o grupo e dita o ritmo que todos devem seguir.
Seja o ponto central do grupo, alinhe expectativas, coordene os trabalhos e divulgue as ações que acontecem de forma transversal entre as áreas. Mostre sempre que você está junto e se surgir qualquer tipo de problema durante o projeto, envolva-se ativamente na solução, assumindo a responsabilidade de maneira conjunta.
Nunca se esqueça também de reconhecer quem esteve ao seu lado, no final você verá que sem os aliados o programa jamais sairia do lugar. Dê valor aos seus parceiros, além de ser uma forma de agradecimento isso também contribuirá com a fidelização do grupo.
5. Cultive o que foi plantado
Depois de tanto esforço para criar uma rede de parceiros você não vai querer que ela simplesmente deixe de existir, não é mesmo?
Pois um erro muito comum é não se preocupar com a continuidade da relação com os seus parceiros. Não se pode pensar que o “produto” uma vez vendido terá para sempre aquele consumidor. Então, a gestão de uma rede de parceiros deve ser feita de forma semelhante a uma estratégia de retenção de cliente, ou seja: investindo em sua manutenção.
Marque reuniões periódicas, acompanhe o que está sendo feito e ouça o que ainda é necessário fazer.
Dica: Monte um grupo online ou uma plataforma de voluntariado para comunicação constante entre os integrantes.
Fazer aliados é uma tarefa que exige muita dedicação e paciência, pois é um processo demorado e que demanda das mais variadas habilidades de um gestor. Mas com certeza é uma das tarefas mais recompensadoras que existem. Uma vez formado, um time verdadeiramente engajado fará o Programa de Voluntariado da sua empresa fluir de uma forma muito mais rápida e eficiente.
Boa sorte!