A humanidade já consome 30% mais recursos naturais do que a capacidade de renovação da Terra. Se os padrões de consumo e produção se mantiverem no atual patamar, em menos de 50 anos serão necessários dois planetas Terra para atender nossas necessidades de água, energia e alimentos. A melhor maneira de mudar isso é a partir das escolhas de consumo. Em poucas palavras, o consumo consciente é um consumo com consciência de seu impacto e voltado à sustentabilidade. Sendo assim, trata-se de uma contribuição voluntária, cotidiana e solidária para garantir a sustentabilidade da vida no planeta.
Confira abaixo sugestões de ações simples e divertidas que você pode promover em sua empresa para contribuir com a reflexão e a prática de um consumo mais consciente.
1) Feira de troca de brinquedos
O brinquedo é parte importante no brincar e consequentemente, no desenvolvimento da criança. Comumente, as lojas de brinquedos são gigantes, cheias de novidades, cores, formatos, que fazem até olhos de adultos brilharem. Mas não é raro que as crianças não deem conta de brincar com todos os seus brinquedos e que os substituam rapidamente. Sendo assim, em tempos de economia solidária e consumo consciente, que tal promover uma feira de troca de brinquedos?
Pode ser uma feira com os filhos e sobrinhos dos colaboradores. A ideia é marcar um dia e local (por exemplo, um sábado diferente na própria empresa ou num parque/praça próximo a ela). Nesse dia, os pais levam as crianças e os brinquedos em bom estado que elas desejam trocar: aqueles brinquedos que a criança já enjoou e/ou nem brinca mais. Mais que a troca, a feira é um momento das crianças socializarem, brincarem entre si, trocarem informações e se divertirem. Para cada brinquedo deixado na feira, a criança pode levar um novo brinquedo pra casa.
A Feira de Troca de Brinquedos é mais do que um momento em que as crianças trocam um brinquedo por outro. Tudo começa em casa, quando pais e filhos escolhem juntos quais itens estão em bom estado e que serão trocados por outros. Assim, os pais estimulam o desprendimento, o espírito solidário, o consumo consciente e colaborativo, um impacto menor no meio ambiente e o lúdico, além de promoverem uma tarde gostosa com outras crianças e a troca de experiência com outros pais.
Essa é uma ação que pode ser perfeita para comemoração do Dia das Crianças e/ou na Semana Mundial do Brincar ou até mesmo num dia de “open house” da empresa para as famílias. Baixe aqui o passo a passo completo da ação.
2) Biblioteca colaborativa: pegue um, deixe outro
Que tal juntar os colegas e montar uma biblioteca comunitária na sua empresa ou comércio? A ideia não é fazer uma super biblioteca estruturada, com espaço gigantesco, lotada de livros, com um responsável fixo. Pode ser um espaço pequeno mesmo, como uma mesa ou estante, que fique no canto que você tenha disponível e que seja cuidada por todos.
A sugestão é fazer uma pequena campanha de arrecadação entre colegas e familiares para iniciar com alguns livros. Depois, para que nunca faltem livros, o esquema é claro e simples: pegue um, deixe outro. Para pegar um livro emprestado na biblioteca, o interessado deve deixar um outro livro lá. Quando ele devolver o que pegou emprestado, pode pegar o livro que deixou de volta se ainda estiver lá ou então escolher um novo livro para iniciar a leitura. E assim por diante.
A ideia é que os próprios colaboradores façam a auto gestão de sua biblioteca, criando assim uma cultura de colaboração, responsabilidade, troca, desprendimento e consumo consciente. Baixe aqui o passo a passo completo da ação.
3) Leilão do desapego
Todo mundo tem algum item em casa que está encostado ou guardado no armário sem utilização, certo? Já existem feiras de trocas e espaços “free your stuff” por aí para você trocar ou doar tal item. Nossa proposta é diferente. Que tal desapegar de um item que você de fato gosta? Que não seja uma grande inutilidade encostada guardando pó?
Claro que não queremos que você troque um presente especial ou um mimo seu, mas queremos estimular o desapego de fato e não somente o “livrar-se de uma tranqueira”. Acumular objetos, roupas, materiais decorativos e/ou outros itens supérfluos não faz parte de um consumo consciente, portanto, esse tipo de atividade pode ser uma oportunidade para que os participantes exerçam seu desprendimento e avaliem a importância de certas coisas em suas vidas.
A organização do leilão e o dono do item devem estabelecer um preço mínimo para o objeto. Além disso, estabeleçam outras regras básicas e simples para o funcionamento do leilão, como o procedimento para lances, etc. Para ficar ainda mais interessante e solidário, o valor arrecadado com o leilão (ou pelo menos parte dele) pode ser doado a uma organização social escolhida pelos colaboradores. Assim, as pessoas desapegam de itens supérfluos e ainda ajudam um projeto social.
4) Compro de quem faz
No Facebook, já são vários grupos no estilo “compro de quem faz”. A ideia é criar espaços nos quais as pessoas que produzem alguma coisa (como roupas, sapatos, bijuterias, objetos de decoração, papelaria, comida, etc) possam ofertar seus produtos e as pessoas interessadas, entrarem em contato direto com o produtor e assim, ao invés de fortalecer grandes marcas milionárias, apoiar pequenos empreendedores e artesãos. Alguns grupos, por exemplo, são formados apenas por vendedoras e compradoras mulheres.
Você pode criar uma ação no sentido de estabelecer esse espaço. Por exemplo, pode disponibilizar um formulário na intranet ou no Portal do Voluntário para que os próprios colaboradores que produzem alguma coisa em seu tempo livre se inscrevam. Ou então, para que cadastrem pessoas de suas famílias. Você pode também convidar organizações sociais próximas à empresa para que cadastrem pessoas da comunidade que são pequenos empreendedores. Com essas informações, ao final, você pode criar uma planilha colaborativa ou até mesmo um grupo na intranet ou no Portal do Voluntário no qual essas pessoas possam ser encontradas, fomentando assim o apoio a sua produção.
Caso a ideia dê certo, vocês podem até promover um bazar no fim do ano ou alguma data comemorativa na qual as pessoas costumam presentear umas às outras, trazendo esses pequenos produtores e estimulando a cultura do “compro de quem faz”.
5) Dia do “Desapega”
Outro tipo de grupo comum em redes sociais, como o Facebook, é o “Free Your Stuff”. Nesse caso, as pessoas postam itens pelos quais não se interessam mais ou precisam dar outro destino e colocam à disposição de outras pessoas, de maneira gratuita. Não trata-se de troca, mas de doação mesmo.
Você pode promover isso através da intranet ou do Portal do Voluntário, por exemplo, deixando um espaço para que as pessoas ofereçam e procurem coisas. Além disso, você pode promover um Dia “Free Your Stuff” ou mesmo, “Desapega”. Escolha um local espaçoso e de circulação e estimule que nesse dia, as pessoas levem itens a serem doados. Assim, outros colaboradores podem passar e caso identifiquem algo que precisam ou que tenham interesse, possam levar para a casa. Se sobrarem itens, ao final, podem ser doados para alguma organização social da comunidade ou ligar para retirada, por exemplo, pelo Exército da Salvação, que retira doações e encaminha a outras organizações.
Outra ideia interessante é promover o “Desapega” entre as áreas da própria empresa. Não é raro que as áreas internas acumulem itens de papelaria, informática, peças de comunicação, etc. Fomente para que as áreas façam um dia de “limpeza” e juntem materiais que podem ser doados. Junte esses itens num mesmo espaço e convide os gestores das áreas para que visitem o espaço e vejam se algo que está ali pode ser reaproveitado em sua área, evitando que ele acione o setor de compras para obter itens que estão sobrando na empresa.
E aí? Sua empresa faz alguma ação nesse sentido ou você tem alguma outra ideia? Compartilhe com a gente nos comentários! 🙂
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