excelência tecnologia funcionários

Por que não adianta ter a melhor tecnologia se você não tiver colaboradores engajados

Há alguns anos meu marido passou por uma cirurgia de alto risco. Mas em todo o processo, o que nos deixou mais inseguros e apreensivos não foi a noite passada na UTI, nem a cirurgia em si. Foi o pós-operatório, quando ele já estava no quarto comum de um hospital conceituado na cidade. Vou contar essa história e você vai entender o que um procedimento hospitalar tem a ver com os colaboradores da sua empresa.

O misterioso caso da máquina que apitava

Eram umas 3h da madrugada, estávamos exaustos (como imagino que os pós-operados e recém-saídos da UTI costumam ficar) e tentando pegar no sono. O aparelho que monitorava o soro intravenoso começou a apitar. Veio a enfermeira, mexeu alguma coisa até a máquina silenciar e saiu. Menos de 5 minutos depois, novamente o mesmo alarme. A enfermeira mais uma vez mexeu por ali, e ao silêncio da máquina foi embora novamente. O processo se repetiu umas 7 vezes, no mínimo. Com a diferença de que cada vez a máquina apitava num intervalo menor, e cada vez as enfermeiras demoravam mais para vir mexer.

Completamente sonolenta  mas já impaciente com o apito, resolvi abordar a enfermeira.

– Por que essa máquina apita tanto?

– Ela foi programada para apitar quando há algo errado.

– E o que você mexe nela a cada vez que vem aqui?

– Eu desativo o alarme.

excelência tecnologia funcionários

É claro que na mesma hora perdi o sono e o diálogo foi bem extenso, mas vou resumir a história: a agulha do soro estava fora da veia. O soro não estava indo diretamente para a corrente sanguínea, mas sim penetrando de alguma forma que a mão do meu marido estava completamente inchada. Parecia óbvio que o procedimento seria retirar a agulha e refazer a inserção corretamente, mas a solução escolhida pela equipe de enfermagem era simplesmente desativar o alarme. Apenas depois de muitas perguntas e alguma insistência é que o problema foi de fato resolvido, a máquina deixou de apitar e pudemos dormir as poucas horas que restavam até o amanhecer.

Mas uma pergunta não saía da minha cabeça: se alguém havia inventado um aparelho fantástico capaz de avisar quando algo não ia bem, por que as pessoas, em vez de exercer o olhar crítico ou um raciocínio lógico, preferiram se comportar como máquinas mal-programadas?

 

Como estimular seus funcionários a buscarem a excelência

O caso acima aconteceu em um hospital, mas sabemos que ele se repete em qualquer área de negócios. Todos nós já passamos pelo desapontamento de ser mal atendidos pelo SAC daquela empresa tão bem falada nos comerciais ou temos um amigo decepcionado com serviço de um hotel que tinha uma infraestrutura tão bacana. Todas elas trazem à tona uma realidade que muitos gestores se recusam a admitir: você pode ter as melhores tecnologias, processos bem desenhados e propagandas sedutoras. Mas se não tiver uma equipe comprometida e engajada, os resultados da empresa jamais alcançarão todo o seu potencial.

Colaboradores engajados produzem mais e melhor, trazendo assim melhores resultados. Então, como garantir que os colaboradores atuem com zelo e empatia, dando seu melhor pela organização? Aqui vai uma pequena lista em forma de perguntas para avaliar o quanto o ambiente está sendo estimulante para o engajamento dos colaboradores.

Os líderes estimulam seus times a cooperarem entre si?

Atitudes de reconhecimento individual como “funcionário do mês” estão sendo substituídas por ações que valorizam o trabalho da equipe como um todo. Atividades de Team Buiding têm o objetivo de estimular determinado grupo de pessoas a agir como um time, colaborando uns com os outros para juntos atingirem um objetivo em comum. O Team Building pode ser feito por meio de atividades esportivas, dinâmicas comportamentais, jogos de fuga como o Escape 60 (este, inclusive, já usamos aqui na V2V) ou desenvolvimento de ações sociais na comunidade. Em todos os casos, o time é parabenizado como um todo quando atinge o objetivo traçado. Podem existir premiações individuais, mas raramente ocorrem em formato de competição: é possível reconhecer um ou mais membros que se destacaram de alguma forma, ao invés de escolher apenas um deles que seria tido como “o melhor” em detrimento aos colegas.

Estamos preocupados com o bem-estar dos nossos colaboradores?

Além de um salário justo e benefícios garantidos pela CLT, que outros cuidados a organização oferece aos seus funcionários? Algumas empresas oferecem serviço de apoio psicológico, ou um programa de Qualidade de Vida com incentivo a exercícios físicos. Mas há outras práticas simples que podem ser estimuladas por empresas de qualquer porte e que, além de beneficiar o colaborador, também promove o espírito de cooperação. Alguns exemplos são a criação de uma biblioteca compartilhada na empresa, o incentivo a novas experiências por meio de ações voluntárias na comunidade, o incentivo à troca de aprendizados e outras atividades que podem ser promovidas por e para os colaboradores.

Estamos estimulando pequenas atitudes de inovação no dia a dia?

O que acontece quando alguma nova ideia dá errado? E o que acontece quando há um resultado melhor que o esperado? Estimular a inovação é dar o direito de tentar, fracassar e aprender com os erros para então tentar novamente. Obviamente, para fomentar o pensamento criativo é importante não apenas dar espaço, mas também orientar de forma a aumentar as chances de sucesso do projeto criado. Para tanto, existem metodologias variadas, como o Lego Serious Play ou a Teoria U, elaboradas de modo a estimular o surgimento de novas ideias através da interação.

Existe espaço para que os colaboradores tragam novas ideias?

A antiga caixa de sugestões tinha em sua essência a mensagem “queremos saber sua opinião”. Na prática, não é bem assim: em geral o que acontece são bilhetes que nunca serão lidos ou, se forem lidos, não serão respondidos. Por outro lado, novas tecnologias têm facilitado o processo de comunicação entre o colaborador e a empresa. Uma delas são as Redes Sociais Corporativas.

Na verdade, a rede social tem deixado de ser uma finalidade em si, mas uma forma de comunicação. Se antes uma intranet era suficiente para o colaborador saber as notícias sobre a empresa, hoje ele quer ter um espaço para opinar, tirar dúvidas ou ler os comentários dos colegas. Aqui no V2V, percebemos claramente os resultados desta interação. Por ser uma ferramenta de gestão de voluntariado, muitas empresas implementam a plataforma com o objetivo de facilitar o registro das ações e a geração de relatórios. No entanto, o formato de rede social permite observarmos colaboradores trocando ideias, aprendendo uns com os outros e criando projetos juntos. Ao avaliarmos estas interações, percebemos que o ditado “duas cabeças pensam melhor que uma” não poderia ser mais verdadeiro. Além de favorecer o surgimento de ideias inovadoras, este tipo de interação também ajuda a melhorar o clima organizacional.

Que exemplos estamos dando como líderes de equipe?

Estamos dando nosso melhor para alcançar os objetivos traçados? Temos uma atitude cooperativa com nossos subordinados, orientando e acompanhando, ou estamos apenas dando ordens e fazendo cobranças? Como diz a famos frase de Esopo, as palavras são importantes, mas o que vale é o exemplo. Não é à toa que livros sobre liderança como O monge e o executivo tornaram-se best-sellers rapidamente. Há alguns anos os gestores já perceberam o quanto eles mesmos são os principais responsáveis pelo desempenho da sua equipe ao ensinar, incentivar e reconhecer uma postura mais proativa e colaborativa.

Um comentário sobre “Por que não adianta ter a melhor tecnologia se você não tiver colaboradores engajados

Os comentários estão encerrados