Em algumas empresas o Programa de Voluntariado é gerido pela área de RH, mas o mais comum é que ele esteja sob o guarda-chuva de Sustentabilidade ou seja uma iniciativa da fundação ou instituto empresarial.
Em qualquer que seja o caso, é bem estratégico que as ações estejam alinhadas com as metas de Recursos Humanos. Isso porque em grande parte das empresas este departamento tem desafios como ajudar os colaboradores a desenvolver habilidades profissionais, melhorar o clima organizacional e reter os melhores talentos – e estes benefícios são praticamente o melhor legado que o envolvimento com mobilização social pode deixar para os colaboradores (além de outros que listamos neste post aqui).
Geralmente o RH trabalha estes temas através de cursos, capacitações ou eventos internos, mas uma parceria com a equipe de voluntariado poderá ajudá-los a atingir suas metas com muito mais facilidade e talvez até significar redução de custos. Do outro lado, os gestores do programa poderão contar com a ajuda da área na comunicação com os colaboradores e na coleta de dados dos funcionários para medir o desempenho do programa (falaremos disso mais à frente).
Mãos à obra: Voluntariado e RH trabalhando juntos
Para que essa estratégia funcione é importante que o trabalho conjunto aconteça desde o início do processo para que ambas as áreas alinhem suas expectativas e planejem juntas os tipos de atividades a serem desenvolvidas.
O envolvimento em causas sociais costuma por si só inspirar espírito de equipe e melhorar o clima organizacional por conta dos desafios conjuntos que os participantes precisam superar. No entanto, há algumas práticas que geram estes estímulos de maneira especialmente eficiente. Aqui vão algumas:
Mutirões de reforma
geralmente são feitas no final de semana e permitem que os funcionários convidem família e amigos para participar também. Passar um dia convivendo de maneira agradável com os colegas e seus familiares têm um grande poder de fazer com que eles interajam e se conheçam melhor.
Ações articuladas pelos próprios colaboradores
‘Quando a empresa dá orientações e estimula que os próprios funcionários promovam suas iniciativas, eles precisam se reunir em grupos e trabalhar em conjunto para fazer as coisas acontecerem. O que poderia ser melhor para o trabalho em equipe do que promovê-lo na prática, não é mesmo?
Troca de Talentos
Trata-se de estimular que os funcionários compartilhem seu conhecimento com os colegas, seja aulas de violão ou um curso rápido para criar tabelas dinâmicas no Excel. Embora não traga reflexos na comunidade do entorno, não deixa de ser uma doação do seu tempo em prol de outros. Além de promover a interação e a gratidão, há também um benefício adicional, que é ver os colaboradores desenvolverem talentos que muitas vezes melhoram seu desempenho profissional. Neste post falamos um pouco mais sobre esse assunto.
Carona solidária
Mais uma espécie de “voluntariado interno” em que, embora não sejam feitas ações na comunidade, ainda assim é uma forma de se doar em benefício de outros – no caso, os colegas de trabalho. Além disso, ao estimular que os funcionários ofereçam carona para seus colegas, a empresa contribui para um trânsito mais livre e uma cidade com menos poluição. Neste post explicamos como e por que incentivar esta prática.
Medindo os resultados
Por fim, é hora de avaliar se o que foi esperado realmente aconteceu. A equipe de voluntariado, principalmente se for um braço da área de Sustentabilidade ou de Relações Institucionais, tende a medir o desempenho das ações de acordo com o impacto gerado na comunidade. Quantas pessoas foram beneficiadas, a quantidade de material arrecadado em uma campanha, o depoimento do diretor de uma ONG atendida.
No caso do RH, os indicadores são outros. Se a retenção de talentos aumentou ou diminuiu, se o clima organizacional teve melhora, se realmente houve desenvolvimento de competências e em que grau. Geralmente essas informações podem ser obtidas ao cruzar os nomes dos funcionários que participaram do Programa com as avaliações já feitas pelo RH, como as pesquisas de clima organizacional ou avaliação 360º. Mas atenção: este ponto é bastante polêmico e as informações devem ser sempre tratadas em sigilo, para não gerar favorecimento ou prejuízo aos voluntários. Neste post sugerimos três diferentes métodos para avaliar desenvolvimento de competências de maneira imparcial.
Você já aplicou algumas destas estratégias na sua empresa? Compartilhe conosco nos comentários.
4 comentários sobre “Por que RH e Voluntariado Empresarial devem andar juntos”
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