Terceira idade em pauta: o Isolamento durante o isolamento.
Durante os últimos meses aqueles que já estavam afastados do convívio social podem ter estranhado as mudanças na assistência prestada a eles, seguido do afastamento ainda maior de voluntários e outras intervenções sociais no seu cotidiano.
Estamos falando dos idosos em casas de acolhimento, de estadia permanente ou asilos.
Esse post sugere através de algumas sugestões de ações voluntárias, uma retomada do carinho e da atenção para esse público que é um dos mais afetados com os acontecimentos atuais.
Já faz tempo que os idosos no Brasil vem sendo negligenciados. Você pode acessar maiores informações sobre essa questão fazendo um #TBT nesse post aqui mesmo no blog do V2V.
Como cada número importa SIM, entendemos que durante a pandemia, a situação dos idosos no nosso país ficou mais dramática. Por trás de cada número há uma pessoa com uma história marcante de vida, e principalmente com muito carinho e amor ainda para dar e receber.
Por outro lado, se você tem voluntários muito afim de atuar e ainda não sabe como, está aqui uma oportunidade de unir esses dois públicos, levando alento a todos, praticando empatia, companhia, afetividade, laços, vínculos e tudo isso que nos mantém vivos.
E pra isso pensamos algumas alternativas de ações, muito simples, mas também muito simpáticas. Veja só:
1 – Uma carta pro vovô e pra vovó
Estimule através do seu voluntariado que adultos e crianças escrevam cartas de afeto e apoio direcionadas a idosos que sofrem com a solidão do isolamento.
Essas cartas precisam ser muito bem amorosas, cheias de mensagens positivas e ilustradas. Lembre-se: elas precisam estar muito bem esterilizadas para garantir a segurança de quem recebe.
Vocês podem enviar fotos das sua família, suas, ou algum objeto significativo (que caiba numa correspondência), de forma que esse afeto possa chegar ao máximo de velhinhos. Mensagens de apoio são sempre bem-vindas! É muito bom para o idoso perceber que pessoas de fora sabem que ele está ali e é importante para a sociedade.
Em contrapartida, a foto e o sorriso daqueles que receberam seu carinho, poderão te dar mais forças para seguir a vida cheia de coragem a partir de agora.
2 – Uma vídeo-chamada afetuosa
Essa dica é a que eu mais gosto pois pode gerar periodicidade e vínculo. Além disso, algumas alternativas podem ser traçadas:
A. Vocês podem organizar chamadas individuais, e periódicas, entre famílias que “adotam” um idoso para que se falem por câmaras regularmente. Essa periodicidade pode ser definida entre vocês. Durante essas conversas, que será como falar com os próprios avós, precisam ser positivas levando assuntos, histórias, e principalmente: saber ouvir, ouvir e ouvir muito o que os idosos do outro lado tem para dizer. Quando essa pandemia passar, poderão fazer isso pessoalmente e tenho certeza de que esse encontro será emocionante!
B. Podem ainda realizar chamadas coletivas, de forma que um número maior de idosos receba uma palestra ou uma roda de bate papo sobre assuntos diversos. Essa interação precisa ser vívida e pra isso você precisará preparar uma pauta e ter alguém do outro lado, na instituição, ajudando a mediação do evento.
3 – Seresta virtual ou presencial
Aposto nessa ideia porque os meus sobrinhos fizeram na casa dos meus pais e foi demais!
Vocês podem organizar um grupo de seresta para que na porta da instituição, com máscara e distanciamento, façam lindas homenagens aos idosos que assistirão felizes pelas suas janelas ou na varandas. Essa dica é repetida, e eu mesmo sugeri ela aqui na semana passada.
Cantem juntos canções antigas e animadoras! Ou mesmo canções atuais que tragam lindas mensagens. Lembrem-se apenas de manter o bom senso e a laicidade do repertório, ok?
E por falar em bom senso, não esqueçam das canções do Rei Roberto Carlos. 😉
Outra opção é fazer isso virtualmente através de uma live dos seus colaboradores para os idosos. A programação precisa ser garantida por algum parceiro dentro da instituição, e também pode funcionar muito bem.
4 – Uma agenda completa de lives para os vovôs e vovós 🙂
Junto com a instituição parceira, vocês podem estabelecer uma agenda individual e coletiva. Com lives para atendimentos psicológicos / recreativos, educacionais, estímulo a movimentos físicos (como alongamentos leves e auto massagem), comemoração de datas especiais, de atividades holísticas ou qualquer outra iniciativa saudável. Aqui, o céu é o limite! Depende apenas da criatividade, dos talentos, do tempo disponível, das diretrizes e programação da instituição parceira.
Tracem essa agenda juntos!
5 – Registre histórias de vida
Através do trabalho voluntário, possibilite que algumas histórias de vida sejam registradas em vídeos e faça: documentários, aulas virtuais, exposições, podcasts ou clipes que compilem essas histórias de vida e esses aprendizados.
O que esses idosos tem para ensinar? Muita coisa!
Em muitas culturas os anciões são as pessoas mais respeitadas. No mundo ocidental precisamos incorporar isso.
Se o seu grupo de voluntários sabe usar minimamente a tecnologia para esse fim podem aproveitar essa habilidade, valorizando as pessoas que carregam nossa ancestralidade, a nossa história e as nossas bases enquanto povo.
Essas e outras ações podem ser feitas consecutiva e simultaneamente. Não seja tímidos!
Ajudem a reforçar o respeito pelos nossos mais velhos, o carinho, o afeto e uma maior qualidade de vida nessa etapa que todos esperamos chegar!
Por fim, essas ideias são apenas inspirações, se delas vocês pensarem outras opções legais não deixem de partilhar conosco, e enriqueçam as possibilidades.