Com o início de 2025, o Janeiro Branco vem com uma pauta essencial para a vida de cada um de nós e para a vida em sociedade: a discussão sobre a relevância dos cuidados com a saúde mental.
Originalmente, o Janeiro Branco é uma campanha brasileira, mas, devido à crescente importância do tema, já é adotada por diversos países como a Colômbia e os EUA. A iniciativa foi idealizada por um psicólogo em 2013 e, dez anos depois, tornou-se lei federal (14.556/2023).
Sabemos que a Saúde Mental causa impactos ao redor do mundo todo. Como um exemplo disso, está o fato de que atualmente quase um bilhão de pessoas vivem com transtornos mentais, incluindo 14% dos adolescentes do mundo. E no Brasil não é diferente: de acordo com o último censo da Organização Mundial da Saúde (OMS), o país conta com o maior número de casos de ansiedade no mundo – 9,3% da população brasileira, cerca de 18 milhões de pessoas.
Muitos destes números foram agravados durante a pandemia de Covid-19, quando criou-se a necessidade do isolamento social, a incerteza do trabalho e o aumento do tempo online, o que, segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS), causou um aumento de 32% nos casos de transtorno de ansiedade. Mas, em contrapartida, a partir desse impacto, a saúde mental ganhou lugar de relevância nas discussões públicas, auxiliada pelo avanço da discussão nas redes sociais e da adesão de diversos âmbitos da sociedade ao tema.
O que é a saúde mental?
De acordo com a definição mais recente da OMS, a saúde mental pode ser considerada um estado de bem-estar, no qual o indivíduo consegue superar os estresses gerados pela vida e desenvolver suas habilidades pessoais, contribuindo com a comunidade.
O estado de bem estar depende de três pontos:
- Bem-estar Subjetivo – Inerente à felicidade e à subjetividade de cada indivíduo;
- Bem-estar Psicológico – Diz respeito ao desenvolvimento de personalidade, valores e virtudes;
- Bem-estar Social – Intrínseco aos laços sociais e à interação com a comunidade.
No entanto, a falta contínua desses pontos pode desencadear em transtornos mentais, tais como os transtornos depressivos e ansiosos. Cuidar da saúde mental se faz de extrema importância, para que não seja necessário lutar contra esses transtornos, que podem nos afetar de diversas formas e intensidades.
Por que é importante falar sobre saúde mental?
A saúde mental afeta as pessoas fisicamente, mentalmente e socialmente. Com um bem-estar mental desregulado, o indivíduo passa a ter diversos impeditivos, que atrapalham o trabalho, o lazer e o convívio em sociedade – e até mesmo com os mais próximos.
A falta de informação e debate sobre o tema faz com que a pessoa acometida desses problemas encontre dificuldades para chegar em um tratamento ou para simplesmente compreender o que está passando, dado que, de acordo com a OMS, 80% das pessoas afetadas por uma Saúde Mental desregulada estão sem nenhum tipo de tratamento qualificado. Por isso, campanhas como o Janeiro Branco, que traz a Saúde Mental como tema central, possibilitam que, cada vez mais, essas pessoas possam ser assistidas e encontrem mais ferramentas para superar suas dificuldades.
Como o voluntariado pode contribuir com o tema?
Para quem o pratica, o voluntariado gera um senso de pertencimento e traz a perspectiva de um propósito claro, o que já pode contribuir para o desenvolvimento individual e do bem-estar mental. Já para quem recebe, o movimento do voluntariado pode contribuir por meio de diversos tipos de ações que, no final, têm um objetivo em comum: auxiliar as pessoas a passarem por esse momento difícil, levando a ajuda de diversas formas.
Por isso, aqui vão algumas ideias para como incluir a saúde mental nas suas ações voluntárias:
1 – Divulgar informações sobre a importância da saúde mental é de extrema importância para que, cada vez mais, as pessoas que sofrem com este tipo de problema possam ser assistidas. Além disso, compartilhar informações claras e verdadeiras contribuem para evitar a desinformação sobre o tema.
Insight: Crie campanhas de conscientização sobre a saúde mental e procure divulgá-las em instituições e organizações, por meio de palestras, workshops e dinâmicas lúdicas voltadas ao assunto.
2 – Praticar atividades físicas é nível ouro no que diz respeito ao tratamento de transtornos mentais, pois libera endorfinas – neurotransmissores que contribuem com a sensação de bem estar.
Insight: Por que não elaborar um ação na qual, por meio da prática de algum esporte, seja possível levar o bem para alguma organização? Ou, por que não criar o dia do esporte, no qual os voluntários se dispõem a praticar alguma atividade física como forma de aliviar o estresse?
3 – O autocuidado é uma forma rápida e efetiva de se tratar e amenizar alguns distúrbios advindos de um bem-estar mental desregulado.
Insight: Promova a “semana do autocuidado”, na qual as pessoas impactadas pela ação devem passar um determinado período de tempo cuidando de suas alimentações, sono e práticas de lazer.
Aproveite este início de ciclo para dar luz a este assunto tão relevante! Pois, se programar para criar ações envolvendo a saúde mental e trazer o tema para o dia a dia é uma forma de entregar a nossa contribuição para todos.
– Por Pedro Benevenuto