Investimento Social e voluntariado: conheça o Case da Fundação Banco do Brasil

“A Fundação Banco do Brasil sempre pautou suas ações em busca da inclusão socioprodutiva dos segmentos mais vulneráveis da sociedade” (Pepe Soares).

Confira no post dessa semana uma entrevista com Asclepius Ramatiz Lopes Soares*, o Pepe, presidente da Fundação Banco do Brasil, sobre o apoio financeiro dado a projetos sociais desenvolvidos por entidades sem fins lucrativos (Projeto Voluntários BB FBB), que tenham a atuação de Voluntários do BB.

Para coroar esse conteúdo cheio de boas dicas, experiência prática e aprendizados, ouvimos também alguns voluntários do projeto que contribuíram com os seus depoimentos.

Não deixe de ler.

* Asclepius Ramatiz Lopes Soares: atual Presidente da Fundação Banco do Brasil. Em seus 33 anos de Banco do Brasil, já atuou como Gerente Geral da Unidade Negócios Sociais e Desenvolvimento Sustentável do BB, Gerente Geral na Unidade Serviços em Infraestrutura e Gerente Executivo na Diretoria de Micro e Pequenas Empresas, Diretoria de Crédito e Diretoria Comercial. Graduado em Direito, possui MBA em Negócios Internacionais e MBA Executivo em Gestão Avançada de Negócios.

O Projeto Voluntários Banco do Brasil

V2V: Pepe, como e quando surgiu o projeto, e sob qual estratégia mais ampla ele está adequado?

Pepe: Em 33 anos de história, a Fundação BB sempre pautou suas ações em busca da inclusão socioprodutiva dos segmentos mais vulneráveis da sociedade.

Ao mesmo tempo, os funcionários do Banco do Brasil, que é nosso Instituidor, têm histórico de atuação em favor de causas sociais e ambientais, por intermédio de trabalho voluntário junto a entidades sem fins lucrativos.

Assim, em 2004, foi criado o Projeto Voluntários BB FBB, com o objetivo de viabilizar iniciativas desenvolvidas por esses funcionários voluntários por meio de aporte de recursos financeiros da Fundação BB. São projetos de geração de trabalho e renda, educação, cultura, esporte, saúde e cuidado ambiental.

V2V: E como funciona?

Pepe: A iniciativa faz parte do Programa de Voluntariado BB, instituído desde 2001 pelo Banco do Brasil, que lança, anualmente, uma chamada interna para apresentação das propostas.

O recurso para atender essa demanda vem do Branco do Brasil, nosso instituidor e maior investidor das ações desenvolvidas pela Fundação BB. 

Quando reconhecemos e apoiamos os projetos de voluntariado, geramos valor e transformação às comunidades onde o Banco do Brasil está inserido.

V2V: Pepe, para esse caso, os voluntários têm alguma participação antes, durante e depois da seleção das entidades/projetos financiados?

Pepe: O voluntário é o principal elo entre a Fundação e a entidade, sendo responsável pelo acompanhamento do projeto, até o seu encerramento. Muitas vezes ele também participa da elaboração do projeto e é quem cadastra a proposta no nosso sistema.

V2V: Isso é muito vinculativo, não? E também um bom direcionamento de competências . . .

Pepe: Existe uma condicionante no Projeto Voluntários BB FBB : somente são apoiadas as instituições sem fins lucrativos que contam comprovadamente com a atuação de Voluntário BB, que é um funcionário do Banco ou de entidades ligadas, da ativa ou aposentado, cadastrado no Portal do Voluntariado BB.

“O voluntário é o principal elo entre a Fundação e a entidade, sendo responsável pelo acompanhamento do projeto, até o seu encerramento” (Pepe Soares).

Partilha de aprendizados

V2V: Qual etapa do processo merece maior atenção por parte de um gestor que deseja empreender uma iniciativa similar?

Pepe: Todas as partes são importantes, mas elaborar um edital de forma clara, objetiva e completa merece uma atenção especial. Ali constarão todas as informações necessárias para o envio de propostas, documentação exigida, prazos e demais critérios de seleção, o que reforça a transparência da iniciativa.

V2V: Há algum percalço interessante que queira contar?

Pepe: Sim, como por exemplo o que aconteceu no Projeto Litro de Luz. Durante a execução a instituição se deparou com desafios como a falta de estrutura da comunidade, a ausência de acesso à água, fator que tornou toda a estrutura do projeto bem difícil de se executada.

O acesso em estradas de terra também dificultou o transporte de materiais e voluntários, além da distância entre as casas dos moradores, chegando à 1h de viagem até as casas mais distantes e a dificuldade de comunicação entre eles.

O  projeto visa proporcionar acesso adequado à energia elétrica na comunidade quilombola Kalunga, localizada no município de Cavalcante (GO), a partir da implantação de postes e lampiões solares confeccionados com canos de PVC e utilizando-se de energia fotovoltaica.

Superados todos os desafios, as ações foram executadas e o projeto foi um sucesso, a instalação dos postes e lampiões impactaram uma comunidade de 800 pessoas.

“Eu aprendi muito nesses 2 anos e meio de Litro de Luz. Alguns conhecimentos técnicos e muitos sobre pessoas e sobre a sociedade. A cada ação do Litro de Luz, eu volto uma pessoa diferente. É realmente uma experiência que muda nossa vida. Nós aprendemos o valor das coisas simples e, principalmente, do afeto das pessoas. (…) voltamos muito mais estimulados, pois nos dá um novo gás para enfrentar o dia-a-dia. Como o Litro de Luz é uma organização nova, eu tive a oportunidade de rapidamente assumir um cargo de liderança, o que me ensinou muito sobre gestão de pessoas” (Erik Ohara, voluntário do BB junto ao Projeto Litro de Luz).

Bons exemplos

V2V: Pepe, você poderia citar alguns dos projetos financiados e porque os considera transformadores?

Pepe: Todos os projetos são significativos para aquele público com o qual o voluntário se identifica e/ou atua pela causa. Destaco as iniciativas que beneficiam mulheres e jovens, grupos priorizados pela Fundação, que vivem em situação de vulnerabilidade social, mas listo em especial duas iniciativas:

Oficina de Talentos Empreendedora

O projeto Oficina de Talentos atua no município de Batatais, nordeste do Estado de São Paulo, ensinando costura artesanal para pessoas em situação de vulnerabilidade social.

O projeto iniciou em julho/2019 e já está com o primeiro grupo de trabalho estruturado, as oficinas de formação profissional nas modalidades de costura e artesanato já foram iniciadas, além de práticas de gestão em empreendedorismo mulheres em situação de vulnerabilidade social, o grupo já está, inclusive, com demandas de produção.

“Com nossas vidas extremamente ocupadas, raramente achamos tempo para pensar no próximo. Com a iniciativa e o incentivo do programa de Voluntariado BB, acabei me envolvendo com a história de uma instituição da minha cidade (Batatais – SP) – o projeto “Oficina de Talentos”. Acompanhei a luta diária das meninas tentando manter o projeto que beneficia e gera renda à várias pessoas através da confecção de produtos artesanais. Mesmo ajudando apenas em pequenas tarefas, o que aparentemente é insignificante para gente, pode fazer a diferença na vida das pessoas. Dedicar um tempo para ajudar me trouxe bons amigos, aumentou minha rede de contatos, além de dar a sensação de orgulho e realização”. (Eveline do Thomazella, voluntária do BB junto à Oficina de Talentos).

Florestas Urbanas

O projeto superou as metas e expectativas da própria instituição executora, atuou no cercamento de nascentes, proteção de ninhos de corujas buraqueiras no litoral de Marataízes, cercamento da vegetação de restinga no litoral de Marataízes destruído pela erosão marinha e aquisição e plantação de mudas de ipês amarelos nas áreas urbanas. Esta última ação do projeto foi sucesso absoluto, pois houve grande envolvimento e interesse da comunidade com baixíssimos índices de vandalismo e perda natural.

“Manifesto minha satisfação e realização de participar de um projeto como este, somos dois funcionários do Banco participando, eu aposentado e outro da ativa, é gratificante vermos os resultados de uma cidade mais arborizada, portanto mais humana, e o reconhecimento da sociedade pela iniciativa, obrigado pela oportunidade….” (Carlos Alberto Rodrigues, voluntário do BB junto ao projeto Florestas Urbanas em Marataízes – ES).

Foto disponível aqui.

“Ao reconhecer e apoiar ações de voluntariado, geramos valor e transformação às comunidades onde o Banco do Brasil está inserido (Pepe Soares)”.

Monitoramento e resultados

V2V:  Como se dá o monitoramento desses projetos?

Pepe: Apesar do Voluntário BB ser o responsável pelo acompanhamento, seguimos o mesmo fluxo de monitoramento dos demais projetos da Fundação.

A nossa gerência de monitoramento faz visitas a algumas das instituições beneficiadas e acompanha por meio relatórios, depoimentos, fotos e pareceres com informações sobre o andamento do projeto.

“Há entidades tentando resolver todo tipo de problema: iluminação, fome, educação, saúde, moradia, etc. Recomendo para meus colegas sempre procurarem algo pelo qual tenham interesse para verem como dá pra ajudar muito mais do que apenas doando dinheiro. Rapidamente, eles percebem como o que começou como interesse rapidamente se transforma em uma paixão”. (Erik Ohara, voluntário do BB).

V2V:  E quais os benefícios dessa ação para a empresa e para a comunidade?

Pepe: São inúmeros benefícios para todas as partes envolvidas. O maior deles é a transformação que as ações causam na vida das pessoas e no meio ambiente. São mais de 700 iniciativas apoiadas desde o início do Projeto Voluntários BB. Já imaginou o impacto disso nas comunidades?

Sem dúvida, o voluntário também é impactado pessoal e profissionalmente, pois ao oferecer sua experiência, sua aptidão, seu tempo ao projeto, desenvolve competências que são muito valorizadas pelo Banco, como por exemplo a liderança, o trabalho em equipe e a criatividade.

Já para a Fundação BB, o Projeto amplia a nossa visibilidade como uma instituição que fomenta e multiplica soluções para a transformação socioambiental do país.

E ainda, ajuda a reforçar o compromisso do nosso Instituidor com a responsabilidade socioambiental, como por exemplo, contribui para que o Banco do Brasil seja referência mundial em sustentabilidade nos temas Filantropia e Cidadania Corporativa do Índice Dow Jones de Sustentabilidade (DJSI) da Bolsa de Nova Iorque.

Um impulso para o voluntariado

V2V: Como um projeto assim pode impulsionar um programa de voluntariado?

Pepe: Reconhecer a atuação dos voluntários por meio de investimento nos projetos que desenvolvem, estimula o engajamento dos funcionários no programa de voluntariado corporativo. E além disso, ao divulgar as  iniciativas contempladas em nossos canais de comunicação, mais pessoas querem participar. Percebemos isso a cada edição do certame. Todo ano batemos novo recorde de inscrições

Pepe: O voluntariado é um tema que faz parte da nossa cultura e podemos afirmar que está presente em todas as dependências do Banco. Assim, o envolvimento das agências do BB, dos representantes das instituições, dos voluntários e comunidade em geral nos projetos apoiados pela Fundação BB é fundamental para o sucesso da iniciativa. Engajamento é a chave de todo o processo.

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