* Por Luciene Araújo
Estamos a menos de 60 dias de um dos eventos de maior importância para o futuro da nossa civilização: a COP-26 (26ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas ).
Em outros momentos, este poderia ser apenas mais um encontro de líderes globais para tratar de assuntos que a maioria da população pouco conhece. Mas a cada dia o noticiário diário escancara a verdade que não queremos aceitar: as situações climáticas extremas já atingem todos os continentes e podem se tornar a “nova” pandemia, com efeitos catastróficos para toda a economia mundial, especialmente para os países mais pobres e, ainda pior, ceifando milhares de vidas em todo o planeta.
Mudanças Climáticas: um assunto para o qual ainda fechamos os olhos
Se o “assunto” está batendo a nossa porta por que ainda o tratamos como algo distante, e que reside em um futuro do qual não faremos parte?
Além dessa pergunta, há muitos outros questionamentos relevantes:
- Porque continuamos lentos ou com os olhos fechados para as decisões urgentes que precisamos tomar? Não faltam dados, não faltam evidências para constatar o óbvio: é a humanidade que corre risco, não o planeta!
- Por que resistimos tanto em mudar o nosso estilo de vida, nos responsabilizando por nosso impacto no planeta?
- Por que não nos mobilizamos mais para pressionar governos e empresas a fazerem o que é certo: preservar vidas e futuros?!
Greta Thunberg, a ativista sueca famosa pelo seu movimento de “Greve pelo Clima”, tem dado um exemplo que nós, os adultos, já devíamos ter seguido há mais tempo. Começou questionando o próprio estilo de vida, avaliou a pegada de carbono da família, percebeu o quanto poderia mudar os hábitos, especialmente os de consumo e convenceu os pais que ela e a sua geração mereciam um futuro e que eles tinham que ajudar. Tudo isso aos 15 anos!
O resto da história todo mundo conhece: aos 18 anos é uma das mais ativas e combativas ambientalistas e pressiona os líderes mundiais por soluções urgentes para conter as mudanças climáticas. Em um de seus discursos mais contundentes disparou:
“Estamos enfrentando uma crise sem precedentes que nunca foi tratada como uma crise e nossos líderes estão agindo como crianças. Nós precisamos acordar e mudar tudo”.
Quais ações podemos tomar?
Somos “crianças” brincando com fogo? Quase que, literalmente, sim. Já estamos sem saída. O que podemos fazer agora é tentar reduzir os desafios que certamente teremos que enfrentar.
Acordar para a realidade, como alertou Greta! Mudar atitudes, adotar o comportamento sustentável de uma vez por todas:
- reduzir;
- reaproveitar e reciclar materiais;
- incentivar o uso de energias renováveis não convencionais;
- preferir utilizar biocombustíveis (etanol, biodiesel) a combustíveis fósseis (gasolina, óleo diesel);
- valorizar marcas e empresas que se comprometam com a regeneração do planeta;
- eleger políticos que apresentem soluções eficazes para o problema;
- mobilizar com vigor pessoas e instituições para agirem com consciência socioambiental.
Estes são caminhos que cada um de nós precisa seguir agora, se quiser fazer a sua parte na história.
Somos “crianças” brincando com fogo?
Não podemos ficar paralisados diante da urgência do assunto
Talvez o perigo nos paralise, mas precisamos sair da inércia e mudar nosso destino.
Se as soluções já existem, nos resta implementá-las rapidamente e simultaneamente para que o ponto de virada, entre o caos e a sobrevivência segura, nos alcance, mesmo que com atraso. Melhor acordar agora, ainda confusos, do que morrermos todos, sonâmbulos!
*Luciene Araújo é Gerente de Responsabilidade Social da Federação das Indústrias de Minas Gerais (FIEMG), tem experiência de 25 anos em cargos de liderança, atuando com gestão organizacional, planejamento estratégico e gestão de projetos, especialmente nas áreas de Sustentabilidade, Desenvolvimento Social e Responsabilidade Corporativa.