O Benchmarking do Investimento Social Corporativo (BISC) é uma ferramenta de gestão social liderada pela Comunitas e um antigo bom companheiro dos gestores de Investimento Social Privado, sempre provendo-nos de referências e insights para tomadas de decisões estratégicas.
O objetivo desse post é ressaltar alguns pontos do BISC-2020, pensando em como essas informações, provenientes de um rico universo de 303 empresas e 18 institutos e fundações empresarias, podem munir os programas de voluntariado para um futuro próximo.
Este ano o relatório se debruçou, dentre outras pautas, sobre a experiência do Investimento Social Corporativo das empresas e institutos/fundações empresariais da Rede BISC durante enfrentamento à pandemia de Covid-19. (Fonte: Comunitas)
Os valores investidos em 2019/2020
Em 2019, o grupo respondente investiu R$ 2,5 bilhões em Investimentos Sociais e, até o primeiro semestre de 2020, já havia investido cerca de mais R$ 2 bilhões em ações de enfrentamento à Covid-19.
Já para 2020/2021, 54% dos respondentes não tinham ainda previsão dos investimentos, 31% aumentariam os recursos atuais e 15% manteriam os valores dos investimento atuais.
O volume de recursos investidos em programas de voluntariado, em 2019, foi da ordem de R$ 12 milhões, mantendo o mesmo patamar de 2018.
Ações sociais durante a pandemia pelo BISC 2020
Durante a pandemia as atividades mais realizadas foram:
- Atividades de alimentação – 92%;
- Apoio à instalação de hospitais, UTIs e/ou ampliação de número de leitos – 75%;
- Atividades de suporte ao atendimento hospitalar – 75%;
- Doações de produtos de EPIs para prestadores de serviços de saúde – 75%;
- Apoio a fundos emergenciais e/ou campanhas de doações de produtos básicos – 75%;
- Divulgação de informações para a prevenção da COVID-19 – 75%;
- Estimulo à produção local de EPIs – 50%.
Os aprendizados:
Num primeiro momento, as ações emergenciais foram priorizadas, para então dar seguimento às ações de continuidade. Dessa forma, vale compreender o cenário pandêmico e econômico para 2021 e pensar como as ações de voluntariado podem atender essas necessidades, articulando os demais esforços de ISP da empresa.
Sempre pensando em como parcerias podem ser inovadoras e otimizando recursos em função das necessidades que emergem.
De acordo com a Patrícia Ellen, secretária de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia do Estado de São Paulo, a pandemia trouxe 3 legados especiais no que tange o ISP:
- Inovações no formato de trabalho, que permitiu uma celeridade nas parcerias entre a iniciativa privada e setor público que nunca vimos antes.
- Inovações no método de parcerias – à exemplo da fábrica de vacina (apoiada pela Comunitas), onde a iniciativa privada concederá ao governo uma estrutura pronta para uso.
- Fortalecimento das organizações sociais, que passavam por um momento de descrédito nos últimos anos.
Os públicos mais beneficiados pelas ações em 2020 foram:
- Comunidades de periferias urbanas – 92%;
- Profissionais da área de saúde – 75%;
- Pequenos empreendedores – 75%;
- Comunidades do entorno dos empreendimentos da empresa – 75%.
Quais os reflexos da pandemia nos investimentos sociais futuros
- Adoção ou ampliação de programas na área da saúde;
- Adoção ou ampliação de programas de geração de renda;
- Atendimento a novos grupos da população;
- Realinhamento nas estratégias de gestão dos projetos sociais;
- Reformulação e fortalecimento do programa de voluntariado;
- Adoção ou ampliação de suporte para plataformas de aprendizado online;
- Maior apoio às políticas públicas;
- Maior apoio às organizações sem fins lucrativos;
- Ampliação das parcerias com outras empresas privadas;
- Redução ou cancelamento de alguns projetos/iniciativas em curso.
Dados mais específicos sobre o voluntariado
A proporção de colaboradores das empresas que participam dos programas de voluntariado dobrou de 8% para 16%.
Nos últimos dois anos, o número de colaboradores envolvidos nos programas de voluntariado aumentou em 67%, subindo de 41.675 para 69.747.
O que mostra como uma proposta ousada de revisão e expansão de voluntariado para 2021+ pode ser apresentada para o próximo ano. Tudo isso porque a conexão dos negócios com o social está mais estreita e o mais importante: as pessoas estão engajadas em fazer alguma coisa, ainda que cada grupo tenha um perfil diferente.
Mesmo em cenário de pandemia, um engajamento expressivo para as atividades voluntárias se manteve. 67% das empresas envolveram os voluntários em atividades de combate à COVID-19, sendo:
50% para:
- Criação/fortalecimento de Comitês de Voluntários;
- Adoção da “prática de matching”, em que a empresa condiciona o repasse de recursos a contrapartidas dos voluntários;
- Realização de doações diversas a organizações indicadas pelos seus voluntários;
- Formação de redes de colaboração entre voluntários.
38% para capacitação e/ou engajamento dos voluntários para a realização de atendimento online (ex.: atendimentos virtuais para pessoas em isolamento).
25% para a adequação e/ou adoção de estratégias de comunicação voltadas à mobilização e engajamento dos voluntários.
Autoavaliação geral do voluntariado
As empresas autoavaliam a condução dos seus programas de voluntariado com a nota média de 7,8:
- 8,7 – Desenho e gestão;
- 8,6 – Envolvimento institucional;
- 8,0 – Alianças estratégicas;
- 7,0 – Comunicação e mobilização;
- 6,6 – Monitoramento, controle e avaliação.
O que certamente faz desse momento uma ótima oportunidade para reavaliar suas bases, políticas, enquadramento estratégicos e resultados.
Portanto, 2021 pode ser um ano de revisões sinceras e estruturais, reenquadrando o voluntariado no cenário que vai se apresentado.
Dito tudo isso, conheça o BISC, estude-o e conte sempre com a nossa parceria para os movimentos necessários no seu programa de voluntariado.