Faltam apenas três meses para o fim do ano.
Três meses para 2021 terminar!
E se você trabalha em uma empresa, com o seu fôlego, e o da sua equipe, provavelmente está planejando 2022 tentando juntar algumas peças do cenário macroeconômico e ambiental que possam influenciar as suas ações.
Então, o que fazer em termos de voluntariado no ano que vem?
São muitos temas no nosso campo, tais como:
- A COP26 daqui a um mês e todas as questões climáticas gravíssimas;
- A incerteza de como a pandemia da Covid-19 se comporta perante a necessidade de uma imunização global e não apenas local;
- A dúvida de como os mercados mundial e nacional vão se comportar diante da crise gerada pela pandemia.
- As assimetrias sociais que só tendem a crescer e trazer com elas o aumento de cenários críticos como a fome e o desemprego.
- As instabilidades no cenário político do Brasil em um ano eleitoral.
- A digitalização dos processos de trabalho e de ensino que precisam trabalhar em harmonia com um presencial modificado.
Ufa … Poderíamos ficar aqui um tempão trazendo conjunturas e questionamentos.
Mas partilho aqui uma boa certeza diante de tudo isso: precisamos ser solidários. Cada vez mais comunitários, unidos e mutualistas. Não apenas pela moral da bondade, mas pela inteligência de que uma comunidade solidária será a que sobreviverá.
Ou seja, já, já o nosso voluntariado poderá se chamar “obrigatoriado”, no sentido de condição para que fiquemos bem, enquanto humanidade e concidadãos.
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Do medo ao otimismo radical
Já para 2022, uma pesquisa chamada Consumidor do Futuro 2022, pela WGSN aponta quatro principais sentimentos do consumidor, num momento em que esses comportamentos são suscetíveis à intenção de interconexão digital, por meio da internet:
- Medo: pelas incertezas climáticas, econômicas, sanitárias. Sendo que é um medo contagiante propagado pelas redes, em forma de “contágio emocional”.
- Dessincronização social: “os momentos comunitários que antes aconteciam nos mesmos horários – ir ao trabalho, ao correio, à academia e ao supermercado – estão desaparecendo cada vez mais rápido”.
- Resiliência equitativa: como uma compreensão autêntica do momento, reconhecendo as dores e os pontos positivos. Abraçando essa dualidade como maneira de seguir com dignidade.
- Otimismo radical: representando a coragem de ser otimista como combustível para crescer, continuar ou reerguer. Chama-se “radical”, pois quando tudo parece “caótico”, ser otimista pode parecer loucura.
“Enquanto a nossa velocidade de conexão dispara, os índices de contágio emocional digital também devem crescer – um traço comportamental no qual as pessoas imitam os sentimentos de quem está próximo. Na era digital, esses sentimentos são transmitidos rapidamente em escala global. Um meme enviado pode gerar sorrisos no mundo todo. A imagem de uma floresta em chamas é capaz de gerar uma revolta generalizada. Vídeos de profissionais de saúde celebrando enquanto dão alta a pacientes curados da Covid-19 trazem inspiração.” (WGSN – Tendências 2022).
E como isso pode influenciar o seu programa de voluntariado?
Se você está nesse momento planejando o seu programa de voluntariado, deve ter em conta esses aspectos que influenciam a vida e a motivação dos seus colaboradores.
Afinal, cada voluntário chegará por uma via emocional ao seu programa, seja para ajudar com medo de que as coisas piorem ou corram mal, seja pela via do pensamento positivo, de que fazer o bem gera o bem.
O mais importante, enquanto um programa que conclama a atuação voluntária para causas sociais, é não tentar pasteurizar o chamado, como se todo mundo fosse se motivar pelas mesmas causas ou motivos.
Tente pensar em uma comunicação que compreenda e fale com o momento de cada tipo de colaborador e que possa comunicar com as suas emoções e necessidades.
Compreender o voluntário é meio caminho andado para que as ações planejadas para o seu programa de voluntariado corram bem.
Pois são eles que, motivados, vão executar as tarefas e realizar os impactos que o programa propõe.
O que fazer para compreender os voluntários?
Busque plataformas de diálogo, como:
- Surveys com todos os colaboradores ou todos os voluntários, que tentem medir a condição emocional e a predisposição das pessoas da sua rede a agirem.
- Provocar feeds e quizzes nas redes sociais engajando os comentários, convidando as pessoas a abrirem o coração e a exporem a situação atual em seus contextos.
- Buscar conversas diretas, em rodas de bate-papo, ou diálogos individuais, tentando o máximo de sinceridade sobre como os voluntários percebem e se motivam (ou não) nesse momento.
- Associar-se às práticas de gestão de pessoas da sua empresa que possam já estar mapeando as condições de clima e motivacionais da organização.
- Criar canais de “desabafos” confidenciais, em que, havendo algo que precise ser dito, possa ser feito sem medo e coação.
Compreendendo ao máximo os seus voluntários, você saberá construir uma comunicação que os alcance e os faça perceber a força do voluntariado para as suas vidas, empresa e contexto social.
A quem tem medo dê, por meio do voluntariado, o conforto de que juntos certamente somos mais fortes. A quem é otimista, relacione-o ao voluntariado como um lugar onde se podem encontrar pessoas que acreditam num futuro melhor.