Por *Neide Rocha
Apesar de não ser uma prática comum, pode haver um fio condutor que leve os Programas de Voluntariado ao encontro de projetos que se utilizam de leis de incentivo que, através de destinação de impostos, ajudam a viabilizar causas e programas sociais de inclusão em saúde e direitos humanos.
Ao desenhar um projeto para captação via leis de incentivo, a organização necessita detalhar itens básicos como: público, região, tipo de ação dentre outras diretrizes e premissas que também não podem faltar em qualquer planejamento de programa de voluntariado.
Portanto, se estes temas são comuns nas duas iniciativas, será que é possível unir estas duas práticas para que todos ganhem com maiores oportunidades?
Eu acredito que sim.
Como funciona essa união?
As leis de incentivo trazem formas de ampliar o investimento social por parte das empresas através dos segmentos de cultura, esporte, saúde, direitos da criança e idosos proporcionado chances de investimento por parte das empresas em causas alinhadas com sua missão e segmento de atuação. Ao mesmo tempo, os programa de voluntariado cada vez mais estão alinhados a valores, missão e objetivos de negócios como forma de compartilhar valor com a sociedade através do engajamento de colaboradores e união de formas.
Dessa forma, as empresas estão cada vez mais buscando otimizar suas práticas e garantir uma unidade de diálogo e comunicação de seus programas de voluntariado.
Eu sempre defendi que o voluntariado é uma ferramenta poderosa não só de mobilização social por uma causa, mas como ferramenta de unidade e aprofundamento de valores e temas culturais corporativos.
Portanto, se uma empresa apoia uma determinada organização social através de leis de incentivo, ela pode complementar este apoio com a atuação de seus colaboradores como voluntários nesta organização. E, assim, potencializar ainda mais o investimento realizado, além de manter um relacionamento com a organização e acompanhar a aplicação do recurso realizado.
O que se ganha com isso? Bem, algumas vantagens:
- O voluntário tem a oportunidade de participar e conhecer projetos que a empresa apoio in loco e assim apropriar-se de informações além das divulgadas nos meios de comunicação da empresa, pois a vivência é uma poderosa ferramenta de aprendizagem;
- O voluntário transforma-se em uma ferramenta de acompanhamento e canal de comunicação entre a organização e a empresa, estreitando ainda mais o relacionamento entre as partes;
- A organização social ganha com a aproximação de seu investidor com um canal a mais de diálogo e oportunidade de mostrar o resultado da captação realizada.
Portanto, inovação e criatividade podem ser grandes pilares para transformar ações individualizadas em programas alinhados e que se complementam.
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*Neide Rocha é fundadora da TAMA Consultoria e desde 2001 atua em Responsabilidade Social, desenvolvendo políticas e parcerias para investimento social privado além da criação e gestão de programas sociais nas áreas de voluntariado empresarial, educação ambiental, programas de geração de renda e mobilização social. Colaborou com este artigo Mariana Barreto – sócia-fundadora da Curió Projetos Incentivados.