Ações de mentoria em programas de voluntariado trazem grandes transformações para mentores e mentorados, pois se tratam de resultados concentrados e individualizados. Hoje vamos mostrar um case que deu muito certo e que é o Programa de Mentoria do Sistema Indústria – o programa de voluntariado da CNI (Confederação Nacional da Indústria). Leia como foi e certamente vai se inspirar.
O Programa de Mentoria do Sistema Indústria nasceu da união de diversas áreas da empresa com os objetivos de fortalecer o voluntariado a partir do engajamento das lideranças e ao mesmo tempo de reforçar o programa interno de jovens aprendizes.
Para começar, depois da etapa de planejamento, foram abertas as inscrições aos jovens do Centro Educacional 619 de Samambaia – DF, uma escola indicada por um parceiro da CNI, e o número final chegou a 100 alunos inscritos (!!!).
O programa contou com a consultoria do V2V e da Véli RH, na criação da metodologia, curadoria, processo de avaliação e seleção dos jovens. Ao final de 60 pré-selecionados, 25 foram aprovados para a mentoria com os 25 voluntários engajados pela CNI. A combinação de 1 mentor para cada jovem foi essencial para a criação dos vínculos que se seguiram.
Para a Ana Gama Dias, gestora do Sistema Indústria, ir até a comunidade em busca desses jovens para propiciar uma oportunidade de formação profissional “fez parte de uma democratização do processo de jovens aprendizes, tornando-o mais inclusivo, e muito mais humano”. Muitas vezes esses jovens na periferia estão literalmente à margem dessas oportunidades, não conhecem ou não sabem como participar delas.
Duração e metodologia
A duração do programa foi de 3 meses, em 5 encontros quinzenais de uma hora cada junto aos mentores, em parceria com o portal do Educação Livre que propiciou trilhas de aprendizagem sobre competências importantes para o mercado de trabalho, como o desenvolvimento pessoal, relacionamento interpessoal, comunicação etc.
Além disso, os jovens mentorados passaram por uma formação humana, por meio de grupos de conversas pautadas em dúvidas, sentimentos e desafios cotidianos, e conduzidos pela professora voluntária Ana Maria Osmala – uma peça fundamental, onde foi possível muita reflexão e partilha.
“É incrível quando o seu desejo de bem, encontra o desejo de bem de outra pessoa.” – Ana Maria, professora
Como parte ainda da trilha de formação, a educação para a cidadania não ficou de fora. Os jovens participantes tiveram a chance de realizar trabalho voluntário na Associação Nossa Senhora Mãe dos Homens, uma creche localizada no mesmo bairro do Centro Educacional 619, onde estudaram muitos alunos dessa escola. Ali puderam então participar de atividades administrativas e de acompanhamento em sala de aula junto às crianças.
As conquistas!
Como resultado, 5 deles foram selecionados após as avaliações para a oportunidade de se tornarem jovens aprendizes. Outros 5 poderão iniciar sua vida profissional na Apex (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) que, após conhecer a iniciativa, se comprometeu com a sua contratação, e mais outros 10 poderão cursar no SENAI DF o curso técnico de comunicação visual ou demais cursos em que por ventura se interessem. Bacana não? Além disso, todos os 30 receberam feedback estruturado para auxiliar no seu desempenho profissional em diante.
Os depoimentos, contudo, mostram que as conquistas superam os números e são muito pessoais, passando por ganhos não mensuráveis e pelas trocas de vivências.
“O programa de mentorado não é apenas uma doação, na realidade como mentor eu tenho a oportunidade de receber muito também.” – Sidney Batalha, Gerente Executivo de Operações Jurídicas
“O jovem começa a pensar de que maneira vai expressar o que está sentido de maneira estruturada e isso é extremamente importante no mercado de trabalho.” – Paulo Mol, Diretor de operações do SESI
“Quando você conversa com cada um desses meninos você pensa: caramba esse Brasil tem jeito.” – Marcelo Almeida, Gerente de Carreira e Performance
Para os jovens o processo respeitoso e inclusivo pôde despertar a oportunidade de vivenciarem realidades que até então não imaginavam, e fez a ponte da única realidade que conheciam com as outras com as quais apenas sonhavam e que agora são possíveis de se concretizar.
“No primeiro dia que eu fui, quando eu peguei o ônibus, eu olhei assim: cara, hoje é o dia da minha vida. Isso não é real, olha as pessoas que eu encontrei na vida.” – Deivid Gomes, aluno
“Ir até a CNI e conversar com o mentor é uma coisa totalmente nova, pois é alguém que se esforçou e conseguiu chegar ao seu ápice e é um exemplo pra mim.” Amanda Aparecida, aluna
Imagens valem por mil palavras
Para sentir um pouco de como foi essa experiência, assista o vídeo completo que relata como foi tudo e se emocione conosco!
O V2V como parceiro
O V2V também foi parceiro consultivo do programa ajudando a modelar e a conceber a metodologia, o processo de avaliação, os temas da trilha de desenvolvimento e a curadoria de conteúdos. E se você tem um programa de voluntariado, a qualquer hora pode contar conosco para esse tipo de apoio especializado.
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Também tem, deseja começar ou mesmo compartilhar uma iniciativa de mentoria e voluntariado? Fale conosco, vamos trocar figurinhas e compartilhar boas práticas!