A sugestão de ação desse post é inspirado na ação Café com Profissões do programa de voluntariado “Movimento do Bem” da Cielo, e é uma ideia super acessível, fácil e útil do ponto de vista da partilha de conhecimentos, de experiências de vida, e por de possibilitar aos jovens que estão prestes a começar a sua vida profissional algum ‘caminho das pedras’ na sua trajetória de estudos e empregabilidade.
O mundo do trabalho para o jovem que está prestes a enfrentá-lo pode significar um monstro ou uma rica capacidade de colocar em prática suas melhores competências e de aprendizado.
A diferença se faz no nível de informações que se recebe durante esse período e nas oportunidades justas de começar a trabalhar de uma forma digna, acessível e adequada aos anseios profissionais dos iniciantes.
O objetivo de um ‘Café com Profissões’ por meio do voluntariado, conforme a ação que nos inspira, pode ser uma possibilidade de apoio a um projeto social preexistente “que prepara jovens em situação de vulnerabilidade social para o mercado de trabalho” a partir da promoção de rodas de conversas feitas pelos voluntários da sua empresa, que possuem as suas profissões e exercem funções diversificadas, ao transmitirem pormenores, características e detalhes das suas experiências.
“O objetivo era instigar nos participantes a vontade de continuar estudando e ampliar o olhar para a escolha da profissão” (Movimento do Bem).
E por onde começar?
Você pode iniciar esse projeto entendendo e escolhendo o público jovem com o qual trabalhar, e saiba que ele pode estar mais próximo do que imagina:
- filhos de colaboradores e de trabalhadores terceirizados da sua empresa;
- jovens que participam de programas de desenvolvimento de “jovens aprendizes” e estagiários;
- estudantes de escolas em que os filhos de colaboradores estudam;
- escolas profissionais e técnicas ligadas à sua empresa por proximidade ou convênios;
- e jovens de alguma instituição parceira ou vizinha, inclusive aqueles jovens da comunidade na qual a sua empresa está inserida.
Os números são muitos, e as oportunidades de ajudar também:
A Carta de Conjuntura do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), mostram que, “enquanto a taxa de desemprego de forma geral está em 11%, entre os jovens, a estatística sobe para 26% — mais do que o dobro. Eles também são os que têm mais chance de serem despedidos”, e a sensibilidade para o tema ocorre a partir dos jovens com os quais dialogamos em nosso cotidiano: a maioria está insegura ou com medo do porvir!
A possibilidade de escolher com qual público trabalhar vai ter a ver com as características da sua empresa: estrategicamente você quer olhar primeiro ‘para dentro’ ou ‘para fora’ ? A sua ação estará mais ligada a uma política de recursos humanos ou de responsabilidade social externa?
Se a coisa ainda fica meio nublada para você, temos uma dica:
Ter uma entidade parceira como intermediária é sempre o ideal para se começar!
Você pode fazer isso enquanto coordenador de um programa de voluntariado ou de um grupo de voluntários. Portanto, marque uma conversa, entenda o que essa entidade já faz em relação à vida profissional dos seus beneficiários/estudantes e proponha o café com profissões de maneira que ele seja complementar à programação em andamento.
E quem devo levar?
Certamente a sua empresa é um nicho bem rico de grandes competências profissionais!
E inclua aí também todo o grupo de parceiros com os quais ela se relaciona: fornecedores, clientes, parentes de colaboradores… seja inclusivo, esteja compliance, e forme sua rede!
O importante aqui é ressaltar os caminhos profissionais de cada um que se voluntaria nesse pleito 😊
Em diversas áreas, por toda tarde parte, há alguém que se esforçou, trilhou caminhos mais ou menos difíceis, e cuja a experiência pode ser de grande valia para quem está começando e não sabe como fazer.
O seu trabalho enquanto mobilizador de voluntariado é encontrar pessoas certas que estejam aptas para partilhar. Essa identificação você pode fazer através de comunicação interna ou do Portal dos Voluntários.
Mais do que um simples relato, de certa forma, propiciar uma ação como essa, o contato de profissionais experientes e iniciantes, é estender as mãos. Um lindo e válido exercício de empatia.
Seja criativo e mapeie as pessoas com formações diferenciadas: de gestão, engenharia, psicologia, pessoas com formação industrial, advogados, tecnologias da informação e toda uma sorte de backgrounds.
Converse com essas pessoas, chame-as para serem voluntários e para a partilha. Sensibilize e as prepare.
E para tanto, você ainda pode fornecer um check-list do que é relevante para uma partilha como essa, via ‘Café com Profissões’. Como por exemplo:
- Como foi a escolha da sua área profissional?
- Por quais estudos teve que passar? Universitário, técnico, especializações?
- O que pesar ao escolher entre o que se gosta e o que teoricamente “dá mais dinheiro”?
- O que fez para conseguir o primeiro emprego?
- O que faz para obter sucesso no seu trabalho?
Perguntas como essas, e outras que formular, podem ajudar a preparar os voluntários da sua empresa que irão por a mão na massa!
E qual o esquema do café?
O café é uma agradável desculpa! É num círculo de agradável papo na companhia de uns bons petiscos que as melhores trocas e insights podem ocorrer. Por mais que haja tempo contado e algumas limitações, o ideal é não engessar e deixar fluir.
Esse tipo de ação pode não ter nenhum custo se os voluntários ainda concordarem em levar cada um o seu bom bocadinho para uma refeição coletiva. E se você ainda tiver budget, pode arcar com essa parte ou contribuir elegantemente com essa parte.
O espaço e a dinâmica criados é que tem que fazer com que sintam-se todos à vontade: os voluntários e os jovens. A disposição em círculo ajuda a integrar, e não separar as pessoas ‘de um lado’ e ‘de outro’.
A voz da experiência: já me aconteceu de colocar voluntários e jovens assim, frente a frente, e ficarem todos “mudos”. O grupo de voluntários contaram uma história sem saber os pontos principais, e os jovens não sabiam muito o que perguntar, ou mesmo achavam suas perguntas tolas, à ponto de demonstrarem imenso embaraço de se colocarem na situação.
E como evitar isso?
Por isso, é muito importante criar uma ação que permita quebrar o gelo e seja dinamizadora.
E então, como quebrar o gelo?
Tem duas frentes que podem ser oportunas:
- Preparação dos jovens anteriormente:
Tente, na medida do possível, que haja uma conversa prévia com os jovens sobre a questão do mercado de trabalho, sobre as suas principais dúvidas, seus piores medos, mas também sonhos e anseios. Depois, eles podem elaborar as suas perguntas anteriormente ao Café, e assim já um pouco mais preparados com aquilo que querem saber.
- Dinâmicas para deixar o ambiente mais informal
No dia do café, além da própria configuração em círculo e com o lanche ao dispor, prepare alguma dinâmica de aproximação. Esse link tem algumas dicas interessantes, mas abaixo vai uma bem prática que “colei” do site acima, mas que também já realizei algumas vezes e sempre funcionou:
Memória
Em um círculo, cada pessoa deve se apresentar, dizer seu nome e realizar algum gesto aleatório.
Parece simples, não é?
Sim, isso se você for o primeiro.
Na medida em que os participantes forem se apresentando, eles tem que repetir todos os nomes que os antecederam e os respectivos gestos.
Tudo isso na ordem certa e sem poder imitar nenhum movimento corporal já interpretado.
Quando chegar a vez do último colaborador, ele deve lembrar do nome e do que cada um fez.
É claro que, se o grupo for muito grande, uma ajudinha pode ser bem-vinda.
A proposta da dinâmica é que cada participante tenha noção do todo e veja que cada integrante da equipe importa. (clique e confira a Fonte).
Algumas outras dicas que podem importar:
- Registre a ação no Portal dos Voluntários para engajar voluntários interessados e para partilhar depois como foi a ação bem como os seus resultados.
- Se possível, tente que essa ação aconteça mais de uma vez, em um calendário de conversas sobre a vida profissional, e assim, você conseguirá beneficiar mais jovens, e um número maior de voluntários pode participar.
- Uma agenda contínua pode estabelecer também uma sequência de assuntos relevantes que se complementam, sempre é válido apostar na continuidade.
Por fim: Experimente! É uma ação muito fácil e gratificante, e o mais rico é quando esses jovens conseguem embarcar em alguma oportunidade profissional bacana e em seguida trazem o seu feedback!.
Se já tiver realizado uma ação assim desse tipo: fale conosco. Queremos conhecer a sua experiência.
E se você quiser ler um post do nosso blog que aborda esse assunto de uma forma mais ampla é só clicar aqui.
Boa ação! Agora vou ali tomar um café que todo esse assunto me deu vontade.