As mudanças climáticas vêm se agravando em todo o mundo, provocam cada vez mais situações de desastres e vitimando milhares de pessoas. Infelizmente tragédias não têm hora para acontecer e demandam prontidão e atuação estratégica. O serviço voluntário neste contexto torna-se ainda mais essencial, auxiliando nas ações de prevenção, preparo, resposta e reconstrução de um desastre.
Mas antes de arregaçar as mangas e partir para a ação, alguns fatores devem ser observados:
O que é considerado um desastre?
Desastre é o resultado de eventos adversos, naturais ou provocados pelo homem, sobre um ecossistema vulnerável, causando danos humanos, materiais e/ ou ambientais e prejuízos econômicos e sociais (Política Nacional de Defesa Civil).
Entenda a ação dos órgãos responsáveis
A coordenação principal dos trabalhos em situações de desastre é da Defesa Civil. O órgão atua em todos os níveis (municipal, estadual e federal) no planejamento e defesa permanente de ocorrência de eventos adversos extremos. Sua principal atribuição é a redução de risco de desastres.
Segurança pública
O artigo 144 da Constituição Federal, que trata sobre a segurança pública dos cidadãos brasileiros, destaca que, apesar de ser um dever do Estado, a segurança pública é também direito e responsabilidade de todos. Ou seja, a população tem responsabilidade pela segurança comum e não deve ficar parada apenas esperando a atuação das entidades públicas.
Ao tomar conhecimento de situações de desastre, as pessoas tendem a se sensibilizar e querem ajudar, inclusive em âmbito empresarial, incentivando ações de maior porte e impacto. Mas como coordenar uma ação que inclua o serviço voluntário neste tipo de cenário, sem atrapalhar as atividades das instituições públicas de atendimento a emergências?
Como o Programa de Voluntariado pode ajudar
Abaixo listamos algumas dicas que podem ajudar a sua empresa neste desafio:
- Procure a Defesa Civil do município ou uma entidade local organizadora das atividades voluntárias. Esta é a maior e mais importante orientação de todas, pois a vontade de colaborar, sem orientação e preparação adequadas, pode prejudicar e muito as operações de resposta das equipes especializadas.
- Tenha um plano de ação para essas situações, assim a empresa nunca será pega desprevenida e poderá atuar a tempo e em sincronia com os seus colaboradores, evitando esforços precipitados ou que se sobrepõem. Para tanto, crie um fluxograma com tarefas e gestores responsáveis divido por etapas, desde o reconhecimento da situação de desastre, ações de apoio até a divulgação transparente dos resultados.
- Realize ações em parceria com organizações públicas ou da sociedade civil com reconhecida atuação nas áreas atingidas, assim como com organizações não governamentais que realizem atividades nessas comunidades ou arredores.
- Comunique aos colaboradores. Se sua empresa possui um Portal de Voluntariado V2V, use a plataforma para divulgar a iniciativa. Publique uma notícia informando como eles poderão ajudar ou dê as instruções para que os voluntários se articulem por conta própria e depois registrem as atividades no Portal. Crie um banner na homepage para divulgar a campanha e use a ferramenta para enviar mensagens aos voluntários. Se sua organização não possui a ferramenta V2V, use os meios de comunicação interna disponíveis na companhia.
- Doe recursos financeiros. Dependendo das características do desastre, campanhas de arrecadação de recursos financeiros podem ser mais eficientes, pois viabilizam projetos de reconstrução que têm por finalidade restabelecer os serviços públicos essenciais, a economia afetada, a moral social e o bem-estar da população. Nestes casos, a empresa pode estimular a doação de recursos financeiros pelos colaboradores, sendo o montante final acrescido por uma doação da empresa. Na maioria dos casos, os recursos devem ser direcionados para contas em nome do Fundo Municipal de Defesa Civil.
- Participe de campanhas já existentes. Campanhas para auxiliar o poder público na arrecadação de doações destinadas às vítimas de um desastre precisam de orientação da Defesa Civil do município e devem ser organizadas por organizações e/ou instituições credenciadas. Estas organizações saberão o que é preciso arrecadar exatamente, observando as quantidades necessárias de doações e por quanto tempo os itens serão necessários.
- Ajude na prevenção. Ser voluntário em situação de desastre não significa, necessariamente, auxiliar no meio de uma enchente, furacão ou outro desastre. O voluntário pode atuar na prevenção de eventos extremos, como por exemplo desenvolvendo trabalhos junto aos moradores de áreas vulneráveis, conscientizando sobre a responsabilidade de todos na minimização dos riscos de desastres. Para isso podem ser desenvolvidas atividades de educação ambiental e participação comunitária, por exemplo.
Toda e qualquer ação que visa auxiliar nos trabalhos de defesa civil, deve buscar aproximação com o órgão responsável por essa atividade no município, definindo estratégias e planejando ações que priorizem a segurança. A atuação voluntária durante uma situação de desastre é valiosa para os órgãos de coordenação dos trabalhos, mas desde que seja organizada e bem orientada.
Ótimo texto! Doações em ações emergenciais são mesmo um ponto de atenção. As instuições de resgate sempre anunciam que precisam de água potável e determinados tipos de alimentos, mas a maior parte das pessoas tende a doar roupas, que não são ítens de primeira necessidade após uma situação dessas. É sempre importante ressaltar o que os desabrigados estão precisando, além de falar o que NÃO deve ser doado também!