É cada vez maior o número de empresas que aplicam esforços para estimular a mobilização social entre seus colaboradores. Os gestores do Programa enxergam com clareza os benefícios desta prática, mas nem sempre conseguem vender a ideia internamente. Com isso, é comum que a diretoria não disponibilize o investimento necessário para que o programa possa atingir todo o seu potencial.
Há duas maneiras de lidar com esta situação. A primeira delas é o famoso “fazer mais com menos”: por exemplo, pensar em atividades mais econômicas como as sugestões que demos neste post.
A outra maneira é construir uma argumentação que mostre como o Programa de Voluntariado pode ajudar a empresa a resolver vários desafios ligados a retenção de talentos, desenvolvimento de habilidades e imagem corporativa, entre outros. E é sobre isso que vamos falar aqui. Então, vamos lá:
1) Mostre exemplos do que outras empresas fazem
Se seu gestor não tem experiência com mobilização social, provavelmente ele não imagina o que pode ser feito ou os resultados que se pode alcançar com as ações. Então, para mostrar de uma maneira concreta os benefícios do Programa, pesquise o que outras empresas estão fazendo, colha os melhores exemplos e apresente a ele.
Pesquise em especial o que as empresas do seu ramo – principalmente os concorrentes – estão fazendo. As informações sobre voluntariado raramente são confidenciais e as empresas se orgulham de compartilhar o que fazem, mesmo entre concorrentes. Aproveite essa facilidade!
- Eventos como o Grupo de Estudos de Voluntariado Empresarial são ótimos para conhecer gestores de outras empresas e trocar figurinhas sobre o tema.
- Jogue no Google as palavras “voluntariado” + o nome da empresa que deseja pesquisar. Você deve encontrar notícias bem bacanas ou informações contidas no próprio site institucional da organização.
- Os portais de voluntariado das empresas geralmente trazem o histórico das ações feitas e os dados costumam ser públicos. No site da V2V, quando você clica nas logos dos clientes, pode acessar seus portais de voluntariado.
- Publicações como as do Conselho Brasileiro de Voluntariado Empresarial também trazem as práticas mais comuns
- Aqui no Blog você pode ver o case da MRV e o sucesso de seu Programa recém-lançado e um bench da EDP e todos os projetos de seu Programa, que já existe há vários anos.
2) Mostre números do seu Programa
Se sua organização nunca fez nenhum tipo de ação voluntária, colha dados de outras empresas. Você pode usar os cases que recomendamos na dica anterior.
Mas se sua empresa já tem um programa de voluntariado, ou mesmo se já fez pequenas ações isoladas, aproveite esse legado. Mostre ao seu gestor a quantidade de funcionários envolvidos, o número de pessoas beneficiadas pela ação, a quantidade de doações arrecadadas, de mudas de árvores plantadas ou qualquer outro número que represente os resultados alcançados pela iniciativa.
No caso de programas mais robustos, é possível obter dados mais sofisticados, como por exemplo medir o desenvolvimento de competências profissionais gerado pela atuação voluntária. Ao contrário dos dados anteriores, que mostram o impacto na comunidade, esta avaliação reflete os resultados positivos para a própria empresa. Por isso são dados bem estratégicos que recomendo fortemente usar.
3) Analise como o Programa ajuda ou pode ajudar a atingir os objetivos da área de RH
Se você é da área de Sustenabilidade, certamente já se preocupou em alinhar o Programa de modo que traga impacto positivo na sociedade. Afinal, esse é o motivo pelo qual nos engajamos em atividades voluntárias. No entanto, há uma série de benefícios colaterais que podem e devem ser aproveitados: a melhora do clima organizacional, maior entrosamento entre os colaboradores e principalmente o desenvolvimento de competências profissionais. No post “Por que Voluntariado e RH devem andar juntos” explicamos essas vantagens e como alcançá-las.
Isso sem contar os benefícios para a saúde de quem atua como voluntário, que tem especial importância quando a empresa possui uma política de incentivo à vida saudável dos colaboradores. Neste outro post explicamos por que considerar voluntariado uma ação de Qualidade de Vida. Se na sua organização esta é uma responsabilidade de RH, é mais um motivo para unir forças com a área. Caso Qualidade de Vida seja um departamento à parte, também vale fazer uma parceria, ganhando ainda mais aliados.
Nós do V2V preparamos um infográfico com dados das principais pesquisas nacionais e internacionais que demonstram o impacto positivo que o voluntariado e a mobilização social promovem nas empresas, em especial na questões de RH. Baixe e divulgue internamente para seus superiores e para os colegas de RH, mostrando como investir no voluntariado pode ser uma ótima estratégia.
4) Relacione o Voluntariado com as ações de Sustentabilidade e Investimento Social
Por outro lado, se você é da área de RH, provavelmente já mapeou todos os benefícios que o Voluntariado traz para os colaboradores e, consequentemente, para a empresa. No entanto, jamais deixe de lado a possibilidade de identificar e divulgar o impacto positivo que as ações trouxeram para a comunidade. A busca por um mundo melhor é o que mobiliza pessoas e sensibiliza o público para uma determinada iniciativa. É a razão de existirem as ações sociais.
Aqui vão algumas maneiras de unir Sustentabilidade e Voluntariado de forma bem estratégica:
Alinhe o programa aos ODS.
Cada vez mais empresas estão se comprometendo com as metas globais dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, ou ODS. Alinhar as ações a estas metas não só ajuda a empresa a cumprir com as responsabilidades assumidas mas também traz aos colaboradores uma visão global e a satisfação de fazer parte de algo maior.
Aproveite as parcerias de Investimento Social.
Esta é uma maneira de a empresa ajudar uma mesma organização não só com recursos materiais e financeiros, mas também com ajuda de voluntários. Em contrapartida, o fato de a própria ONG organizar algumas atividades facilita o dia-a-dia do gestor de Voluntariado e garante que as ações sejam feitas com uma instituição confiável e alinhada à cultura da empresa.
Promova ações que estejam ligadas ao mercado de atuação da empresa.
Por exemplo: uma empresa de aviação pode transportar doações a áreas afetadas por algum desastre, enquanto uma empresa de alimentos pode ensinar receitas saudáveis e econômicas em comunidades carentes. Além de aproveitar recursos e conhecimento que a empresa já possui, esta proposta permite também que a organização seja vista com bons olhos pelos seus clientes e consumidores.
Promova ações transformadoras na comunidade do entorno.
Principalmente no caso de indústrias, é comum que a operação da empresa gere algum efeito colateral na região em que está localizada, como barulho ou resíduos desagradáveis. Por isso, atividades voluntárias que tragam bem-estar à população daquele local ajudam a neutralizar certos impactos negativos, estabelecendo assim uma relação mais saudável com este público.
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