Todo dia 21 de setembro com muita justiça marcamos o Dia Nacional de Luta das Pessoas com Deficiência.
Uma data oficializada em 2005 pela Lei Nº 11.133, que todavia já era comemorada desde 1982 e que nos faz lembrar os direitos garantidos que devem ser colocados em prática, em benefício dessas pessoas em nossa sociedade.
Lembrando o conceito de deficiência
Segundo a Lei Nº 13.146/15, a pessoa com deficiência é:
aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas.
A deficiência atinge diferentes níveis e pode ser classificada em quatro tipos: a física, a auditiva, a visual e a mental.
O voluntariado pode promover a inclusão
O Dia Nacional de Luta das Pessoas com Deficiência surgiu para reforçar a importância de integrar essas pessoas na sociedade de maneira igualitária e sem preconceitos. Essa inclusão não será feita em um dia e não tem sido uma tarefa fácil e orgânica.
O voluntariado entra aqui como uma oportunidade de fortalecer a importância da inclusão. Esse post contém alguns exemplos práticos de como o seu Programa de Voluntariado pode atuar de maneira digital, apoiando a causa no cenário de pandemia onde o distanciamento social é demandado.
A Covid-19 pode ter aumentado as desigualdades no acesso à educação, além da descontinuidade em terapias essenciais, como as motoras, intermitência de apoios sociais diversos e o aumento da solidão e da fragilidade dos próprios cuidadores e profissionais da área.
Para saber mais, leia aqui a publicação: PROTOCOLOS SOBRE EDUCAÇÃO INCLUSIVA DURANTE A PANDEMIA DA COVID-19: Um sobrevoo por 23 países e organismos internacionais.
E siga aqui no texto para a ver o que você pode fazer enquanto grupo de voluntários.
5 exemplos de ações pelas pessoas com deficiência
1. Apoio remoto às pessoas com cegueira ou baixa visão
Essa dica já postamos aqui no blog e é muito oportuno retomá-la nesse momento. Desde antes do período de isolamento, realizar atividades corriqueiras já propunha desafios para essas pessoas.
A ideia aqui é usar um aplicativo em que um cego pode pedir ajuda a uma pessoa que enxerga aleatoriamente, em qualquer lugar, a qualquer hora.
Esse é o espírito do Be my eyes, que conecta pessoas cegas ou com baixa visão com voluntários que enxergam.
Mas se quiser fazer isso de uma forma mais direta e simples, pode criar um canal no seu portal de voluntários ou algum outro canal de comunicação, ao qual pessoas com deficiência visual possam recorrer quando precisam de apoio para ler algum documento, bula de remédio, rótulos em geral.
Diante de um call com alguma necessidade específica, seus voluntários são acionados e, em contato direto com a pessoa por vídeo chamada, aplicativos de chat e envio de imagem e voz em geral, ajudam a pessoa que não estiver com outro apoio por perto.
Esses espaços podem ainda se tornar uma alternativa de conversa informal para aqueles casos de solidão e insegurança durante o isolamento.
2. Máscaras transparentes
Para muitos deficientes auditivos a leitura labial é essencial na comunicação. Inspirado nisso, um grupo de voluntários na Espanha passou a fazer máscaras adaptadas e distribuir para os públicos que precisam.
Enquanto Programa de Voluntariado, colaboradores e familiares podem fazer essa adaptação dentro de casa e entregar em qualquer lugar do Brasil.
3. Compras solidárias
A dificuldade de acesso e locomoção, que antes já era um desafio no Brasil, agora se soma aos cuidados de distanciamento social.
Por isso, possibilite uma rede virtual de amparo a algumas pessoas com deficiência motora e de locomoção, para quem uma ida ao supermercado pode se tornar um grande pena, e estabeleça com elas um fluxo de demanda virtual, compra e entrega, entre voluntários e deficientes.
As vezes não vai ser apenas um voluntário vizinho que vai apoiar, mas um grupo deles, se comunicando e tentando fazer, dentro do possível de suas rotinas, com que as compras dos deficientes beneficiários da ação cheguem até suas casas.
Você inclusive não precisa estar na mesma cidade ou bairro para fazer isso. Pode possibilitar essa entrega por meio das compras virtuais e de todo o sistema delivery que os supermercados e outros serviços oferecem.
Aqui tem alguns exemplos de apps para esse tipo de match. Mas se você é uma empresa e possui um programa de voluntariado empresarial pode fazer isso também por meio do seu portal de voluntários ou grupos de Facebook e Whatsapp.
4. Doe brinquedos educativos adaptados
Crianças com deficiência, que também já eram desafiadas na pré-pandemia pela questão da inclusão escolar, têm agora o seu processo educativo dificultado.
Em geral, as instituições especializadas estão tentando manter o seu serviço de forma remota ou semi-presencial.
Mas nem todos têm essa chance. Enquanto grupo de voluntários ou voluntário individual, vocês podem fazer chegar essas ferramentas às famílias que tentam manter o estímulo e constante aprendizagem de seus filhos com deficiência nesse momento.
Para o caso dos visuais, conheça como exemplo a Loja Brincanto do Instituto Laramara,
Todos os brinquedos da Brincanto foram pensados e desenvolvidos para estimular os pequenos a descobrir um universo de brincadeiras, considerando a inclusão em primeiro lugar.”
5. Faça uma campanha virtual
Na sua cidade certamente tem uma ou mais instituições que atuam com o tema da deficiência em sua diversidade.
E com certeza algumas delas estão passando por necessidades nesse momento.
A dica aqui é entrar em contato, compreender a demanda, que muitas vezes estará relacionada a bens materiais, e chamar o seu time de voluntários para serem os angariadores desses itens.
Por meio de suas redes sociais, podem divulgar de uma maneira muito carinhosa, em um formato de comunicação desenhado e alinhado pela comunicação do seu programa de voluntariado, que garanta que o máximo de necessidades sejam supridas.
Como exemplo, a AACD expressa muito bem a sua forma de receber apoio! Ou veja esse outro exemplo aqui da Apae de Guanhaes.
O importante é não ficar parado e lembrar que os meios virtuais estão sendo utilizados para manter os serviços mínimos das entidades sociais que trabalham com o tema da pessoa com deficiência.
Conforme o nosso post do ano passado, entrar em contato com essas instituições, perceber especificamente do que precisam e criar um plano virtual junto com o seu comitê de voluntariado é sempre a saída mais assertiva.😊