É certo que um programa de voluntariado precisa atender as necessidades da comunidade e estar alinhado aos objetivos estratégicos da empresa. No entanto, segundo o artigo Corporate Volunteering & Giving: Why Employees Determine Success, do consultor americano Chris Jarvis, o principal fator de sucesso para um programa de Voluntariado Corporativo é o engajamento dos funcionários.
Isso porque eles são o agente principal na geração de valor das ações. São eles que colocam a mão na massa e fazem as coisas acontecerem. Ou seja, o sucesso das atividades está diretamente relacionado ao trabalho feito pelos colaboradores da empresa que atuam como voluntários. Além disso, quanto mais funcionários se engajarem no Programa, maior será a cultura de solidariedade e cooperação na empresa, trazendo padrões de comportamento muito positivos para o dia-a-dia da organização.
Dito isso, é importante lembrar que a participação é voluntária – e as pessoas só se envolvem voluntariamente com o que elas acham importante e agradável. E a única maneira de saber o que os funcionários consideram importante ou agradável é dando voz a elas.
Como dar voz aos colaboradores
A maneira mais óbvia de se fazer isso é através de uma pesquisa que identifique os interesses, experiências e habilidades dos funcionários. Mas há uma segunda maneira, menos evidente, porém ainda mais eficiente: identificar e aproveitar iniciativas articuladas espontaneamente pelos colaboradores.
No livro Voluntariado Empresarial – Estratégias para a implantação de programas eficientes, organizado pela consultora Andrea Goldschmidt, são definidas as principais vantagens de se criar um programa baseado nos interesses dos funcionários:
- Mais chances de o colaborador se identificar com o programa e aderir às ações
- Possibilidade de reconhecer os voluntários que já fazem ações espontâneas e homenageá-los
- Apoiar organizações já conhecidas pelos funcionários, aumentando seu interesse.
Por outro lado, ainda segundo o livro, é importante estar atento a dois riscos: o de abrir frentes demais, perdendo a identidade do programa, e o de a equipe de coordenação do programa se tornar apenas uma central de suporte às ações dos funcionários, perdendo capacidade estratégica. Por isso vamos mostrar aqui três cases de empresas que conseguiram estimular e valorizar seus funcionários de maneira bem-sucedida.
Santander – Liberdade de criação dentro de uma causa específica
Muitos programas de voluntariado trabalham temas específicos, mas permitem aos colaboradores se organizarem em equipes, escolherem uma Instituição parceira e definirem junto com a instituição quais as ações a serem realizadas, com a ressalva de que devem estar dentro da causa defendida pelo Programa. Com isso é possível garantir que eles tenham liberdade de criação ao mesmo tempo em que atendem as demandas sociais identificadas pela empresa e os objetivos estratégicos da área de Investimento Social. O Santander, que promove o Programa Escola Brasil, incentiva que seus funcionários escolham uma escola pública parceira (municipal ou estadual) e com ela promova atividades referentes às datas comemorativas do ano. Ao final da atividade, a própria equipe publica fotos e resultados no portal do Programa Escola Brasil, dando aos gestores material para avaliar o programa e ao mesmo tempo motivando seus colegas que se inspiram ao ver as publicações.
EDP – Criação de uma Competição Voluntária
Todos os anos a EDP – Energias de Portugal promove o Desafio do Bem, uma competição em que as equipes de colaboradores têm seis meses para desenvolver atividades em prol de uma Instituição escolhida pelo grupo. A empresa dá algumas diretrizes, como critérios para montagem das equipes e seleção da ONG parceira, e faz o trabalho de orientar aqueles que precisam de ajuda. Ao final do período, uma comissão julgadora seleciona os melhores projetos, que são premiados no final do ano.
GVT – Espaço para as iniciativas dos funcionários
Uma maneira de aproveitar as vantagens desta abordagem diminuindo os riscos, é ter uma causa ou diretriz bem definida para o programa de voluntariado, mas fornecer um espaço para que os colaboradores divulguem suas iniciativas independentes e recrutem colegas para ajudá-lo. Foi o que fez a GVT, que utiliza o portal Voluntariado Instituto GVT para divulgar as ações promovidas pela empresa e criou ali um espaço para que os colaboradores pudessem divulgar suas próprias iniciativas.
Dessa maneira, os gestores do Programa conseguem divulgar as ações do Programa e gerenciar inscrições e resultados, que são tratados separadamente em relação às iniciativas dos Colaboradores; mas ao mesmo tempo pode fornecer este espaço a eles sem interferir nos números oficiais do Programa.
Agora é a sua vez
Como você pretende dar voz aos voluntários da sua empresa daqui em diante? Aproveite o início do ano para planejar um Programa de Voluntariado em que seus funcionários se sintam ouvidos e valorizados. Para ter mais ideias, você pode baixar o eBook gratuito Ações de Reconhecimento: Cases e ideias para fortalecer o Programa de Voluntariado homenageando seus participantes.
Se você já tem experiência sobre o assunto, compartilhe seu conhecimento nos comentários abaixo!
7 comentários sobre “Por que dar voz aos funcionários é fundamental para um bom Programa de Voluntariado Empresarial”
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