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Case CNI: Reinventando a maneira de fazer doações através da Street Store

Você conhece o projeto The Street Store?

The Street Store (ou “A Loja de Rua”, em português) é um movimento que procura doar produtos para pessoas em situação de vulnerabilidade social de maneira que simula uma loja ao ar livre. O projeto surgiu em 2014 na Cidade do Cabo, África do Sul, e tem como objetivo oferecer mais dignidade no processo de recebimento das doações.

A ideia é basicamente doar roupas a quem não tem, mas com a diferença de que as peças são penduradas como se fosse uma loja a céu aberto e os moradores de rua têm a oportunidade de escolher suas roupas de acordo com suas preferências.

Essa é a missão principal do projeto: retomar a dignidade e autoestima das pessoas em situação de pobreza, fazendo com que eles se sintam parte da sociedade que muitas vezes os tratam como fantasmas.

Como a CNI transformou uma ação de arrecadação em uma Street Store

Na CNI (Confederação Nacional da Indústria), todo ano é feita uma campanha onde são arrecadados roupas e agasalhos e entregues para alguma instituição sem fins lucrativos. A coordenação do Sistema Voluntário, Programa de Voluntariado da CNI, está sempre atenta às tendências no que diz respeito a voluntariado e viu uma maneira diferente de entregar as doações: “Eu vi no meu Facebook uma divulgação sobre a Street Store da África do Sul (onde foi criada) e achei a ideia genial”, conta Ana Gama Dias, que faz parte da coordenação do Sistema Voluntário.

Logo ela procurou se havia algo semelhante em Brasília, onde a empresa é sediada, e em 2015 conheceu a ONG Fight for the Poor, que estava organizando uma Street Store na Cidade Estrutural (um bairro periférico de Brasília em com uma situação sócio-econômica bem difícil). Decidiu então alinhar a tradicional campanha do agasalho com uma entrega das roupas de forma diferente, na Street Store. “Fizemos uma parceria com a Fight, arrecadamos as roupas, fizemos a contagem interna e entregamos para a ONG”, completa Ana.

“Campanhas de agasalho são muito comuns, mas a Street Store permite entregar esta roupa de uma forma diferente: que traz dignidade, respeito, valorização. É uma forma de alcançar outros objetivos além de um simples repasse de roupas.” (Ana Gama Dias, membro da gestão do Sistema Voluntário)

A mobilização

Para mobilizar os colaboradores para a ação, a estratégia foi utilizar o Portal de Voluntariado da empresa. A atividade foi divulgada na plataforma e os interessados puderam se inscrever. Desta forma, os voluntários da CNI se uniram aos da Fight para sua primeira participação na Street Store. Segundo Ana, cada voluntário escolheu sua função no evento. Havia um certo número de vagas para cada um, mas basicamente a pessoa podia dar duas opções de atividades às quais gostaria de se dedicar. A vontade era, em sua maioria, respeitada.

A segunda edição

O sucesso foi tanto que em 2016 foi realizada uma nova edição do projeto, dessa vez em parceria com quatro estudantes da Universidade de Brasília. A forma de mobilização dos voluntários foi feita da mesma forma, através do Portal de Voluntariado da empresa.

The Street Store 2015/ 2016.

Para execução do projeto, o Sistema Voluntário engajou os colaboradores da empresa para arrecadar outros itens além de roupas. Fizeram parte das doações: sapatos, livros e brinquedos, entre outros acessórios. Ana explica que além da equipe do Programa, houve também o apoio de vários parceiros: “Dessa vez a Street Store foi realizada em frente ao Museu Nacional, na Esplanada dos Ministérios. Contamos com a participação de algumas instituições da periferia de Brasília, que levaram moradores de rua à “loja”. O evento contou com música, comida, assistência médica, cortes de cabelo e brincadeiras para as crianças. Tudo foi realizado através de parcerias promovidas pela coordenação do Street Store”.

Em ambos os eventos, o dia foi além da aquisição de bens materiais. As pessoas foram vistas, ouvidas e tratadas como seres humanos que são, e não seres invisíveis como a sociedade costuma tratar. Foi dia de festa! Teve música, evento de pintura e atividades lúdicas para as crianças que já desde pequenas enfrentam uma realidade tão dura.

Os resultados:

Como resultado dos dois eventos, a CNI comemorou números incríveis:

  • 978 beneficiados;
  • 2.795 peças doadas;
  • 178 voluntários;
  • 68 horas de planejamento;
  • 12 horas de execução da ação.

Ao final do evento, as peças restantes foram direcionadas para instituições de caridade.

Agora é a sua vez!

Se você se interessou em promover uma loja de rua com os colaboradores da sua empresa, uma dica é entrar no site da Street Store e fazer o download do material para divulgação.

Segundo Ana, as Street Stores podem ser organizadas de duas maneiras: num formato bem simples, utilizando o material de divulgação em qualquer ponto da cidade, ou em um formato mais elaborado, organizando realmente um evento.

Para realizar a versão mais simples, basta arrecadar roupas, colocar o material em algum local de passagem para moradores de rua e pronto. Por outro lado, para realizar um evento de grande porte é necessário conseguir mais doações, um local maior, pedir alvará de funcionamento e divulgar para os moradores de rua. E em ambos os casos, é claro, é importante convocar voluntários.

Ficou animado? Então mãos a obra! 😉

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