“Como fomentar o voluntariado corporativo em favelas e periferias no cenário pandêmico e pós pandêmico” é o tema do novo artigo publicado pelo Conselho Brasileiro de VoluntariadoEmpresarial (CBVE) que se descreve “posicionando a escuta como ponto de partida para o planejamento das ações de voluntariado corporativo“.
De acordo com o Conselho, o artigo, disponível neste link, “Pela Voz das Favelas e Periferias: Como o Voluntariado Corporativo pode Fortalecer o Enfrentamento ao COVID-19” (disponível neste link), traz a síntese das discussões ocorridas no painel de mesmo nome, organizado pelo CBVE em junho desse ano, como uma das várias ações desenvolvidas no âmbito da campanha #CBVEcontraoCorona.
O papel do voluntariado no apoio as comunidades
Tanto para o Preto Zezé quanto para Gilson Rodrigues, pensar o papel do voluntariado corporativo frente ao novo cenário é:
Fortalecer a aliança
entre comunidades e empresas como a melhor resposta, possível e urgente, de mitigação dos desencontros experimentados pelas diferentes esferas de governo, que vêm se mostrando incompetentes para liderar e articular a sociedade em suas diferentes representações no enfrentamento à pandemia e suas consequências socioeconômicas de médio e longo prazo;
Evidenciar a importância da iniciativa privada
para garantir o protagonismo comunitário tendo o voluntariado corporativo como uma importante ferramenta de intervenção e reversão de desigualdades e riscos;
Reconhecer que o futuro para os moradores destes territórios será incerto
dado o terrível agravamento das desigualdades que já eram conhecidas, sendo o desemprego e a fome questões que saltam em primeiro plano no leque de preocupações;
Sustentar os vínculos de empatia e solidariedade
ao longo do tempo como importante dimensão de reversão das consequências socioeconômicas da pandemia, tanto do ponto de vista da manutenção de recursos financeiros e demais formas de ajuda direta, quanto do ponto de vista da construção e da disseminação de novas tecnologias e conhecimentos que colaborem para retomar o ciclo de prosperidade nesses territórios.
Sua empresa está preparada?
Passados 96 dias da decretação do Estado de Calamidade Pública no Brasil, o CBVE organizou, em situação de contingência, a primeira edição virtual do seu evento tradicional chamado Prata da Casa, em que traz reflexões em conjunto com as empresas associadas, e suas práticas de voluntariado.
Dessa vez a Central Única de Favelas – CUFA e o G10 das Favelas compuseram um papo franco e direto sobre a situação de calamidade vivenciada pelos territórios mais vulnerabilizados diante da pandemia. Foram abordadas as suas consequências de médio e longo prazos, e sobre como engajar o voluntariado corporativo no fortalecimento de inúmeras iniciativas de base comunitária que se articularam nesse contexto.
Afinal as empresas estão preparadas para o diálogo com as comunidades mais vulneráveis, e com elas criarem planos de ação que façam uso das forças locais?
A CUFA (Central Única das Favelas)
A CUFA (Central Única das Favelas) é uma organização brasileira reconhecida internacionalmente nos âmbitos político, social, esportivo e cultural e existe há 20 anos. Criada a partir da união entre jovens de várias favelas, principalmente negros, a organização promove atividades em diversas áreas como: educação, lazer, esportes, cultura e cidadania, música, audiovisual, basquete de rua e literatura.
A importância da CUFA no cenário da pandemia
Preto Zezé relatou como “a organização se empenha em se posicionar como interface entre aqueles mais necessitados e afetados pela crise gerada pela pandemia, e aqueles que querem colaborar diretamente com estas populações, agregando foco e escala”.
Durante a denominada primeira onda, “somavam-se mais de 100 mil pessoas (na operação), transferindo para mais de 2,5 milhões de pessoas, itens de higiene, alimentos e renda, somando um montante equivalente a cerca de R$ 100 milhões em doações e recursos”, disse Preto Zezé.
O G10 das Favelas
O G10 das Favelas é um bloco de Líderes e Empreendedores de Impacto Social das Favelas que está unindo forças em prol do desenvolvimento econômico e protagonismo das Comunidades. Para isso, as ações estão sendo desenvolvidas com o objetivo de inspirar o Brasil a olhar as favelas como grandes polos de negócios e investimentos, que vão gerar retorno aos investidores às comunidades.
Nós do V2V conversamos com o Gilson Rodrigues, se quiser conferir como foi clique aqui nesse artigo do nosso blog. Paraisópolis montou 12 ações macros para a prevenção, controle, combate, socorro e isolamento das vítimas da COVID-19.
“todas integralmente administradas e custeadas por recursos privados, captados e gerenciados pela própria comunidade”, diz Gilson.
A rápida resposta de Paraisópolis
Paraisópolis, durante a primeira onda contava com cerca de 1500 voluntários organizados a cada grupo de 50 casas, com a missão de disseminar informações sobre prevenção, monitorar a ocorrência de casos (acionando socorro se necessário), e promover a distribuição de doações.
As lideranças da comunidade também mobilizaram 240 brigadistas treinados entre moradores da comunidade, 03 ambulâncias, equipes médicas, leitos hospitalares, leitos para cumprimento de isolamento, distribuição de 10 mil refeições dias e muito mais.
Agradecemos ao CVBE pelas práticas e partilhas, e permanecemos juntos em parceria pelo desenvolvimento social por meio do engajamento cidadão corporativo.
Não haverá onda que resista à nossa solidariedade!