Diálogo sobre o voluntariado empresarial como ferramenta de inovação social, engajamento e fortalecimento a partir dos impactos e benefícios oferecidos e a construção e atuação das redes neste segmento
Por Carolina Müller*
Reverberando o lindo painel composto na Conferência ETHOS 360ª 2022, sobre “O poder do Voluntariado Empresarial”, estivemos juntas e dialogando: a rede CBVE – Conselho Brasileiro de Voluntariado Empresarial; o Instituto Algar, na pessoa da Carolina Toffoli Rodrigues; Braskem, por Elaine Santana; com a mediação de Marina Esteves, representando o Instituto ETHOS.
A pergunta posta à mesa foi:
– Você conhece o poder do voluntariado empresarial?
E se ampliarmos o diálogo considerando o voluntariado empresarial como ferramenta de inovação social, engajamento e fortalecimento a partir dos impactos e benefícios oferecidos e como tem sido a construção e atuação das redes de voluntariado?
Partiremos da consideração de que o voluntariado empresarial é um conjunto de ações realizadas pelas empresas com o objetivo de incentivar e apoiar o engajamento de seus colaboradores em ações voltadas à comunidade.
Além de apoiar projetos, causas e beneficiar a comunidade, o voluntariado também oferece uma oportunidade para os colaboradores se desenvolverem, pessoal e profissionalmente.
Prática para o desenvolvimento ESG e agenda dos ODS
Por outro lado, é crescente a demanda social, e mais recentemente do mercado financeiro, para que as empresas se comprometam com melhores práticas em atenção às questões ambientais, sociais e de governança – ESG, ambiente onde a prática voluntária é uma importante ferramenta para o desenvolvimento de estratégias tanto internas quanto externas de uma corporação dada as suas múltiplas potências.
Também é no voluntariado que encontramos uma forma de engajar e seguir desenvolvendo a Agenda 2030, com o olhar puxado por indicadores conectados aos ODS que nos une num esforço real de transformação social e de busca pela prosperidade, de construção de #redes no objetivo de não deixarmos ninguém para trás.
Redes pelo CBVE
O Conselho Brasileiro de Voluntariado Empresarial é uma #rede de empresas, institutos, fundações e confederações conectadas pelo voluntariado e pelo bem que ele promove – um hub potente que une atores de diversos segmentos que têm em comum a causa do voluntariado empresarial, um espaço de inovação para compartilhamento e criação de experiências – e por meio desta rede potencializamos tantas outras como a Juntos, rede unida pelo Voluntariado Empresarial; o Clave, Conselho Latino Americano de Voluntariado Empresarial; o CMVC, Conselho Mineiro de Voluntariado Empresarial; o GEVE, Grupo de Estudos em Voluntariado Empresarial; Atados Hub; e a Voluntare, Rede de Voluntariado Corporativo. O CIEDS, organização social parceira do CBVE que desenvolve as ações da Secretaria Executiva desta rede trabalha também no sentido de tecer redes para a prosperidade – a relevância do engajamento de todas as partes envolvidas na construção das soluções: reconhecendo os distintos potenciais de cada um dos atores, engajando e dialogando continuadamente com os públicos participantes, fortalecendo ecossistemas de impacto social e ambiental que apoiem o enfrentamento das desigualdades sociais que tanto nos assola, que apoiem a construção de uma sociedade mais justa, mais equitativa, mais democrática, com maiores e melhores oportunidades sociais e econômicas para todas, todos e todes.
Consideramos que o Voluntariado empresarial é uma vertente específica de voluntariado que se desenvolve a partir das estratégias de uma determinada organização – o que é um grande desafio – porque neste movimento você tem de unir os interesses estratégicos de uma corporação, com aquilo que faça sentido aos colaboradores e os engajem neste movimento; e com os desejos de uma comunidade – considerando território e as pessoas que nele vivem. Como já bem disse Flávia Fuini Miyazaki, Responsabilidade Social e Direitos Humanos da Braskem, associada a #redecbve – é a união da causa do CPF com o CNPJ.
Em rede, obtemos uma velocidade muito maior de ação, seja para o aprender de novos caminhos, tecnologias, possibilidades; seja o compartilhamento de boas práticas, fornecedores; porque não falar das dores e como elas se superam mais em aprendizados em conjunto… enfim é uma potência que se faz acelerar num ambiente conjunto de ideias.
Solidariedade
Em 2020, começamos a observar o exercício de ampliação da Solidariedade entre corporações – O CBVE realizou um encontro em agosto deste mesmo ano, na oportunidade do dia 28 – data que celebramos o dia nacional do voluntariado – e ali começava a ficar claro o que surgia – a construção de ações conjuntas de marcas, despidas de seus egos, para o enfrentamento maior e mais doloroso imposto pela pandemia da COVID 19 – e toda a sorte de mazelas que ela nos trouxe.
A partir deste momento isso se tornou ainda mais presente e os números mostraram o desenvolvimento de ações conjuntas na #rede:
50% das associadas desdobraram iniciativas humanitárias a partir de ações de escuta e conexão criadas na #redecbve
E o ranking de solidariedade publicado recentemente pelo World Giving Index – WGI, reforçou esta ideia, nos enchendo de orgulho e esperança: o Brasil subiu de 54º para 18ª posição entre os 119 países que fazem parte do painel.
A prática voluntária – experiência Braskem
De acordo ao que foi apresentado pela Elaine Santana, o voluntariado na Braskem está dentro da estratégia de longo prazo da companhia de promover direitos humanos em toda a sua cadeia de valor e com isso levar desenvolvimento local às comunidades que estão no entorno de suas operações – gerando com que não só a empresa, mas seus colaboradores se tornem agentes de transformação.
O voluntariado proporciona com que a solidariedade esteja para além do CNPJ, que ele esteja também no indivíduo – sempre com todo o suporte necessário, pela empresa, para o desenvolvimento e potência deste indivíduo.
Ainda com todo o desafio imposto pelo isolamento na pandemia, onde as ações deixaram de ter o calor do presencial os números de participação voluntária são excelentes, onde em 2020 o índice de engajamento foi de 11% dos participantes, tendo sido beneficiadas 21.000 pessoas.
Números estes superados pela onda de solidariedade em 2021, onde o engajamento total subiu para 36% e o número de pessoas impactadas subiu para 147.000, havendo destaque em trabalhos que visaram a segurança alimentar
A prática voluntária – experiência Algar
A Carolina Tofolli iniciou sua fala com a definição de que na Algar voluntariado é quem doa tempo, trabalho e talento a uma causa – uma prática cidadã. O voluntariado é desenvolvido no grupo por meio do Instituto Algar, este responsável por gerir o investimento social privado do Grupo Algar e de fazer o relacionamento com a comunidade contribuindo para o desenvolvimento da estratégia ESG do Grupo Algar.
A estratégia de desenvolvimento das ações se baseiam no desenvolvimento dos Comitês de Voluntariado, sendo que para cada Comitê há um grupo de pessoas identificadas como líderes e co-líderes sociais – essa forma de organização permite ao time do Instituto estar presente nas mais diversas localidades, não só no Brasil, mas também na Argentina, Colômbia e México, uma rede de quase 2.800 voluntários. Destaque as práticas de reconhecimento mensal e anual aos voluntários como forma de ampliar o engajamento e do Prêmio Alexandrino Garcia que também reconhece as pessoas voluntárias. Considerando números, em 2021 foram mais de 6.000 horas dedicadas ao programa de voluntariado empresarial com a realização de 345 ações estruturadas. Para a Algar, a prática voluntária é a melhor forma de colocar em ação o propósito do Grupo que é “Gente servindo gente”.
Não poderia encerrar este artigo sem destacar que as participantes deste encontro são associadas à #redecbve e foram ambas finalistas do Prêmio Aplaude 2022 – ações voluntárias que transformam e assim, desde já convidar a você leitor, que em 2023 venha se inscrever na nova edição do Prêmio.
Se encontrar #inspiração, venha também fazer parte da #redecbve e #compartilhe o nosso conteúdo com sua #rede e #colabore para o crescimento do voluntariado estratégico.
Conheça mais acessando o encontro que brindou a todos com esta narrativa clicando aqui.
O CBVE – Conselho Brasileiro de Voluntariado Empresarial
Nós somos uma #rede de empresas, institutos, fundações e confederações conectadas pelo voluntariado e pelo bem que ele promove. Nossos encontros e trocas geram conteúdo relevante sobre voluntariado empresarial que compartilhamos com a sociedade. Inspiramos outras pessoas e organizações a alinharem esforços em nome de um futuro compartilhado que não deixe ninguém para trás. Possuímos 20 entidades associadas e a organização da sociedade civil CIEDS realiza sua Secretaria Executiva. Para saber mais, acesse: www.cbve.org.br.
* Carolina Müller – É supervisora das ações da Secretaria Executiva do Conselho de Voluntariado Empresarial das empresas de maior representatividade do Brasil – CBVE, e Gestora Executiva de Redes Relacionamento e Parcerias no CIEDS. Linkedin: https://www.linkedin.com/in/carolina-m%C3%BCller-0b953a90/
