Passeando por ações espontâneas publicadas por voluntários de diversos portais de voluntariado, percebi que um tipo de ação é bem recorrente: as aulas voluntárias de reforço escolar. E por esse motivo resolvi trazer nesse post uma luz sobre essas atividades para que você possa organizar por aí também.
Acompanhe aqui na leitura!
O contexto social
O tema da educação no nosso país é aquela história: muito esforço e recursos disponíveis, mas os resultados são dispersos.
Essa geração não pode esperar que todo um sistema educacional resolva se virar ao seu favor: isso demanda tempo!
O fato é que os alunos, especialmente de escolas públicas precárias, não estão aprendendo da forma adequada e suficiente para enfrentarem os desafios da vida profissional e adulta.
É hora de agir
Diante desse cenário, é urgente navegar com os recursos que se tem para que quem está nas escolas por agora não seja prejudicado, sem que haja alguma esforço de nossa parte para ajudar em algo.
Muitos voluntários percebem essa lacuna, ‘arregaçam as mangas’ e disponibilizam o seu tempo para apoiar estudantes de todas as idades que precisam e querem aprender.
Como organizar a ação na sua empresa
Então é assim: basta disponibilidade e um mínimo de organização porque conhecimento a sua equipe de trabalho com certeza tem de sobra.
Dito isso segue mais uma de nossas velhas e boas listinhas do que fazer:
- Selecione as disciplinas: escolha aulas que serão ministradas;
- Engaje os voluntários: você pode começar com um ‘recrutamento’ básico, solicitando voluntários que queiram disponibilizar um tempo semanal para dar as explicações. Utilize os meios formais e informais ao seu dispor. Veja aqui um exemplo no portal de voluntariado da Caixa e aqui um outro do portal da Copel;
- Organize: encontre um espaço disponível que pode ser até mesmo nas instalações da sua empresa, ou numa escola parceira, ou outro espaço comunitário que achar mais apropriado;
- Divulgue: anuncie a grade disciplinas e cronogramas, e estejam lá! Pode ser que no início não apareça muita gente, mas é importante ser perseverante e marcar a iniciativa até que seja percebida como um canal disponível, aberto e constante de auxílio.
Importante
é fundamental a recorrência e constância: mesmo que não haja a recorrência de uma mesma pessoa, mas que haja a continuidade seja dada no projeto por pessoas substitutas ou que se revezem.
Acredite: se você estiver ali disponível para explicar e tirar dúvidas, a turma vai aparecer!
Um exemplo para se inspirar: o projeto Adote um Aluno
O professor Silverio Moron resolveu começar a dar aulas particulares em bancos de praças públicas em março de 2018, e dali acabou nascendo o projeto Adote um Aluno, reforço escolar no banco da praça.
Sobre o projeto
“o Adote um Aluno dá aulas públicas de diferentes disciplinas nas zonas Sul, Norte e Oeste da capital fluminense”.
Quem pode dar aulas?
“Os professores são profissionais de educação e de outras áreas, além de estudantes universitários, apaixonados por ensinar. (…) Os assuntos abordados são variados. Há até aulas de estatística e economia, além de matemática, física, história, alfabetização de adultos. “Se alguém quiser ensinar a cortar cabelo, também é bem vindo”, exalta Silvério”.
E quem são os alunos?
“O grupo de alunos é bastante heterogêneo. Atualmente, a faixa etária vai dos sete aos 85 anos – já houve uma senhora de 93”.
Onde são dadas as aulas?
“A “sala de aula” também é peculiar. Em geral, é composta por mesas e bancos de cimento costumeiramente usados para jogos de cartas ou damas com tampinhas de garrafa. Sem paredes e sujeitos ao clima, os locais de estudo chamam a atenção de quem passa pelas praças de segunda a sábado, quando os voluntários se apresentam”.
(fonte das respostas: Terra notícias – educação )
Como driblar algumas barreiras
A tal da matemática!
Eu sou de humanas. E por isso resolvi colocar dicas aqui de
uma ação da qual eu participaria hoje mesmo: A tal da matemática !!!
De fato é uma das disciplinas mais demandadas por ser uma matéria historicamente mal compreendida e pedagogicamente não tão bem direcionada, ao ponto de as pessoas detestarem o tema e se darem muito mal com um conteúdo que pode ser até prazeroso e sobretudo é extremamente útil 🙂
Há várias pessoas que acreditam que a matemática é chata, que consiste somente em acumular exercícios dos livros sem nenhum outro interesse além de passar para o próximo capítulo para seguir o programa educacional. Engana-se quem o pensa”
Eu acho até sou uma dessas “vítimas” de um ensino estigmatizado e mecanizado da matemática. Portanto, aqui vão algumas dicas para quebrarmos de uma vez essa relação de desentendimento com essa matéria santa, e você usar durante sua atividade de voluntariado em aulas de reforço!!!
Vamos a elas!
– Faça o aluno vencer o medo da matemática
aproxime o assunto de temas reais, a ver com o dia a dia e a linguagem do aluno. Apoie cada raciocínio lógico correto e demonstre as consequências de uma tomada de decisão com base em cálculos errados. Desmistifique que é “coisa de gente inteligente”
– A matemática é uma matéria acumulativa
percebe se para a dúvida que o aluno traz é necessário retomar algum pilar de conteúdo mal formado. As vezes é necessário retomar conceitos básicos para então evoluir para os mais complexos e quase sempre, numa turma cheia, o aluno não tem a chance de fazer isso na sala de aula.
– Brinque
utilize jogos e dinâmicas e torne a coisa divertida, veja nesse link alguns exemplos.
– Utilize suportes concretos em vez de números abstratos:
pedras, alimentos, brinquedos. Isso torna a matéria mais palpável.
E o mais importante: esteja sempre lá para acolher com paciência!
Monte sua aula de reforço, se necessário alinhe com a escola a abordagem pedagógica, mas para isso você também pode acessar o material didático que o aluno utiliza. Perceba como tem sido feito o seu ensino e em qual lacuna você pode reforçar!
E Mão na massa porque já já o ano acaba e não queremos ninguém de recuperação.
Para saber mais
Não se esqueça que outubro tem vários ganchos para ações voluntárias diversas, veja alguns outros conteúdos disponíveis no nosso blog:
Outubro – mês das crianças:
Outubro rosa:
Um comentário sobre “Sugestão de ação: aulas de reforço escolar”
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