A Responsabilidade Social corporativa compõe uma proposta de valor que contribui para o engajamento do público jovem, e vai ser assim daqui para frente.
As novas gerações estão interessadas em se relacionar, seja como colaboradores ou consumidores, com organizações transparentes, flexíveis, de boa reputação e aceitação.
A sua empresa está pronta para agradar as novas gerações?
Quem são as novas gerações?
Millennials e Generation Z-ers (nascidos após meados da década de 1990) são aqueles que agora estão ingressando na força de trabalho e no mercado consumidor (40% de todos os consumidores globais em 2020).
Em resumo, exigem tecnologias melhores e mais fáceis de usar, maior flexibilidade como um todo, mais liberdade de escolha, assim como graus de aceitação e transparência dentro do ambiente de trabalho e no comportamento da empresa com o mercado.
De acordo com essa pesquisa da PWC dinheiro não é tudo, a geração dos millennials é atraída por empregadores que podem oferecer mais do que apenas bons pagamentos, mas também práticas éticas (15%) e boa reputação (36%), que são alguns dos fatores que influenciaram para decidirem seus trabalhos atuais.
O engajamento é a capacidade desse público de se identificar com a cultura da empresa, comprar sua estratégia, trabalhar junto, se relacionar como cliente e até mesmo recomendar os seus produtos e serviços.
De acordo com a Santo Caos o engajamento é
“o conjunto de conexões racionais e emocionais entre pessoas e instituições, causas ou marcas, que gera resultados positivos para ambos”.
É nessa relação de ganho mútuo, prosperidade conjunta, de um caminho justo, que navega uma estratégia de responsabilidade social.
A falta de engajamento custa caro
Se, como diria Peter Drucker, “a cultura corporativa come a estratégia no café da manhã” e uma cultura responsável, em sintonia com os valores dos millennials, tem uma estratégia socialmente responsável, não vale a pena despender energia em outro sentido. É preciso incorporar a responsabilidade de longo prazo e o imediatismo come cru.
E se não for por bem, há o risco de gerir crises e arcar com o custo do “desengajamento”.
Segundo a mesma pesquisa da PWC, os funcionários mais comprometidos com as suas empresas colocam 57% mais esforço no trabalho e são 87% menos propensos a pedir demissão do que os funcionários que se consideram desinteressados.
Na consequência desse dado, com base nos resultados do relatório State of the American Workplace, estima-se que funcionários ativamente desligados custam aos EUA entre US$ 483 bilhões a US$ 605 bilhões a cada ano em perda de produtividade. Olhe para a legislação trabalhista do Brasil e faça cálculos para o cenário nacional também.
Responsabilidade Social Interna
Boas práticas de RSI, que dialoguem com seus colaboradores jovens e que os posicione nas tomadas de decisões e criação de políticas responsáveis, ajudarão a manter esses jovens talentos dentro da sua empresa.
Eles precisarão estar numa jornada interna de crescimento transparente e justo, não adornada mas fundamentada em valores humanísticos.
Além de ser apenas assim que sua empresa sobrevive daqui pra frente, é como manterá colaboradores apaixonados consigo na sua causa, ou negócio, ou “causa-negócio”. E é bom saber que negócio e causa também não se separam mais
Práticas de valorização da diversidade, de comércio justo e negócios sociais são bem vindas. Então uma das melhores formas de trazer o seu time jovem consigo é o engajamento comunitário através, por exemplo, do voluntariado.
A força de transformação do engajamento comunitário jovem
Durante a crise do COVID, por exemplo, muitos jovens saíram na frente. Em Portugal o movimento Tech for Covid liderou a reação humanitária de apoio à economia e à saúde. Até agora já foram mais 5 mil voluntários envolvidos e mais de 210 mil euros doados em 34 projetos ainda ativos. Tudo maioritariamente proveniente do ecossistema jovem das startups.
Outra forma de conhecer o potencial jovem é através do YSA (Youth Service America) e até mesmo aprender como planejar ações mais contínuas ou imediatas diante da crise do COVID para alguns ODS. Um trabalho muito completo e instrutivo, inclusive.
Aproveitando o potencial jovem, a UNICEF no Brasil, esse ano, elaborou um programa de voluntariado inteiramente voltado para esse público e para combater as fake news. Convidando quem mais está conectado nas redes (jovens) para proteger as informações da própria.
“No Brasil, 4,4% da população faz algum tipo de trabalho voluntário, segundo levantamento mais recente do IBGE, o equivalente a 7,4 milhões de pessoas. Entre o grupo de 14 e 24 anos, o percentual é de 2,9%”.
Sugestões de engajamento comunitário para já
Exemplos de ações para engajar o seu público jovem já!
Dando luz ao trabalho realizado na YSA (Youth Service America) e pegando o gancho no fato do dia 17 de outubro ter sido o Dia Internacional da Erradicação da Pobreza, segue abaixo algumas dicas para engajamento jovem na comunidade com o ODS 1: Erradicação da Pobreza.
Ajude com seu time a mapear negócios locais que precisam de suporte comprando online, oferecendo cartões de brindes para compras ou mesmo doando diretamente. Há uma matéria só sobre esse tema aqui em português e, em inglês, por exemplo, conheça o help main street.
Apoiar negócios e trabalhadores na geração de renda é a melhor forma de combater a pobreza. Por outro lado, pode também dar suporte familiar para que essa pessoas possam trabalhar:
“Adolescentes mais velhos e estudantes universitários podem providenciar creches para familiares / amigos / vizinhos se as escolas estiverem fechadas, mas os pais ainda precisam trabalhar. Organize uma cooperativa de creche no bairro para compartilhar a responsabilidade”.
Para isso, acesse recursos como: 30 atividades para ocupar as crianças durante 10 dias na quarentena para português ou aqui em inglês.
Essas ações são importantes para os efeitos gerados pela pandemia e você pode cruzar a força que é um público jovem engajado com os resultados positivos para a sua empresa e para a comunidade.
Engajamento comunitário promovido pelas empresas é assim: traz múltiplos ganhos.
Se quer saber mais da relação dos ODS com as crianças e os adolescentes em estado de vulnerabilidade no Brasil, consulte nosso post da semana passada.