Empresas podem contribuir para a inclusão de pessoas migrantes e refugiadas por meio das suas práticas de responsabilidade social e de diversidade.
O valor destas ações reflete-se em resultados para ambas as partes: para quem contrata e para quem é contratado, uma vez que a valorização da diversidade não se trata de caridade, mas sim de inteligência de gestão e de solidariedade.
Quer aprender mais sobre o assunto?
O guia prático para empresas: “Como exercer a responsabilidade social na contratação de pessoas migrantes e refugiadas” pode auxiliar neste sentido. É um documento norteador no importante papel de (re)inserção econômica destas famílias e foi a base para as dicas deste post.
“Boa parte das pessoas que chegam ao Brasil possuem carreiras consolidadas em seu país de origem, mas, ao chegarem aqui, são analisadas pelo estado de vulnerabilidade em que se encontram e não pela capacidade, qualificação e habilidades que reúnem. Como necessitam urgentemente de renda para a sobrevivência, muitas vezes submetem-se a trabalhar em posições de qualificação inferior à sua capacidade, o que contribui com a situação de precariedade em que se encontram. Mas há uma grande possibilidade para as empresas mudarem esse cenário, comprometendo-se a trabalhar essa agenda internamente e assim, impactar positivamente essas vidas” (Instituto Ethos).
Como o voluntariado pode contribuir
Os programas de voluntariado são sempre coringas dos projetos sociais corporativos.
Especialmente porque prescindem da criação de laços entre pessoas, da partilha de competências, e acabam por humanizar a intervenção comunitária da empresa.
Neste sentido, o voluntariado pode contribuir para a inclusão de pessoas migrantes e refugiadas por meio de práticas como:
- Humanização do acolhimento: uma vez que no processo de migração muitas pessoas sofreram graves violações de direitos humanos nos seus países de origem, é importante que não passem pela mesma situação no território de destino. E para isso, o voluntariado pode ser tanto um guardião de direitos quanto uma garantia de um acolhimento humanizado.
- Combate ao Preconceito e à Xenofobia: como podem ser vistos como “pessoas intrusas, ameaças ao mercado de trabalho local e à segurança”, o voluntariado pode quebrar estigmas, por meio de campanhas de sensibilização e de socialização.
- Apoio com documentação: o voluntariado pode oferecer suporte no reconhecimento de documentos específicos no novo país, diante da falta de documentação que acontece durante o processo de migração. A ausência de documentos dificulta todo o processo de integração.
- Apoio com o Idioma: “a barreira linguística é um dos principais pontos colocados como entraves à integração social e econômica”, por isso, voluntários podem trabalhar como tradutores e professores de português.
- Apoio no acesso à informação: “Quais são os locais de acolhimento? Que políticas públicas existem no novo país? Quais são os direitos?”. O Voluntariado pode estruturar um programa de informações básicas, que direcione as pessoas aos melhores canais de apoio institucional.
- Suporte na inserção no mercado formal de trabalho: os voluntário podem apoiar por meio de formações, adaptações de currículos e sendo pontes entre empregadores e as competências dos refugiados.
O suporte à empregabilidade
A empregabilidade, em especial, garante a dignidade da pessoa e de seus familiares, e permite a reconstrução das suas vidas. Por isso, da lista acima, o item 6 talvez seja o maior gerador de impacto.
Muitas dúvidas existem em torno da legislação em vigor, mas em resumo, sim, migrantes e refugiadas podem trabalhar no Brasil e podem exercer qualquer atividade laboral no país:
“Sim, essa é uma afirmação! Pessoas migrantes e refugiadas podem trabalhar no Brasil e podem exercer qualquer atividade laboral no Brasil, desde que estejam devidamente documentadas. Contratar pessoas migrantes e refugiadas não acarreta nenhum ônus adicional ao empregador, pois a contratação segue as regras da CLT e as mesmas convenções e acordos coletivos. Isso porque essas pessoas possuem os mesmos direitos trabalhistas dos brasileiros nativos” (Instituto Ethos).
O seu programa de voluntariado pode ser um valioso parceiro nesta missão! Engaje-se pela causa da inclusão e colham juntos, em comunidade, os benefícios.
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