4 habilidades do voluntariado para o futuro

Sabemos que o voluntariado corporativo pode ser um polo de partilha e desenvolvimento de competências, e neste post da HRForecast encontrei informações sobre as habilidades mais demandadas para o futuro.

Juntando os pontos, será que o voluntariado poderá ajudar a desenvolver as competências do amanhã?

Vamos dar uma olhada?

Desenvolver competências para lidar com as rápidas mudanças

Este post é um mix da tradução deste conteúdo com algumas reflexões pessoais. E tem como público alvo os gestores de voluntariado e de RH que desejam implantar Bancos de Talentos e projetos de voluntariado de competências.

Recentemente, os líderes de RH enfrentaram alguns desafios. A pandemia provocou impactos estruturais nas empresas, como o trabalho remoto & híbrido e os redesenhos dos espaços de trabalho, os demandando uma rápida requalificação para que conseguissem apoiar as prioridades organizacionais.

De acordo com o artigo da HRForecast, é vital saber desenvolver as habilidades certas para adaptar aos cenários de rápidas mudanças e prosperar.

E ainda segundo a pesquisa CHRO do Gartner, feita em 2021, 68% dos líderes de RH concordam que aprender tais habilidades será o principal foco para os próximos anos.

E quais são essas habilidades críticas tão cruciais para o futuro?

Veja quais são e como os líderes podem desenvolvê-las tendo como suporte os programas de voluntariado corporativo.

1. Educação digital

A obtenção de habilidades digitais se torna um requisito quase universal para os colaboradores, independentemente do setor e das funções que ocupam.

Tais habilidades incluem uma vasta gama de competências como: uso da internet, computadores e software, trabalho com mídias sociais e ferramentas de comunicação, segurança online, gerenciamento e privacidade de dados e habilidades de busca de informações.

A demanda por alfabetização digital está crescendo rapidamente.

No Reino Unido, por exemplo, as habilidades digitais estão listadas em 82% das vagas anunciadas online em toda a variedade de setores, incluindo a indústria, onde as habilidades de software de usinagem e engenharia estão em alta demanda.

No Brasil dados do IBGE mostram que 25% da população brasileira não tem acesso à internet. Assim, a exclusão digital acaba sendo espelho da exclusão social, aumentando também as assimetrias entre as classes sociais. 

De acordo com um levantamento feito pela The Economist Inteligence Unit em parceria com o Facebook, chamado The Inclusive Internet, o Brasil está em 31º lugar sobre o nível de Internet inclusiva.

A exclusão digital acaba sendo espelho da exclusão social, aumentando também as assimetrias entre as classes sociais. 

De acordo com a HRForecast, embora a digitalização da força de trabalho seja essencial para as organizações, ela também abre novos caminhos para os funcionários. Assim, cargos que exigem alfabetização digital são mais bem pagos e ajudam a promover o desenvolvimento de carreira.

1.1. O voluntariado em favor da inclusão digital

O voluntariado atua na inclusão digital ao possibilitar que colaboradores que possuam conhecimentos básicos e avançados partilhem-nos com a população sem acesso.

Uma outra forma de ajudar é com a doação de notebooks e tablets, além de formar parcerias que levem internet para regiões mais remotas.

Garantindo na comunidade que essas habilidades existam, o voluntário favorece também que os profissionais localmente contratados já tenham essas competências desenvolvidas e aprendam ainda mais ao transmiti-las.

2. Análise de dados

Outro conjunto de habilidades cada vez mais importantes está relacionado aos dados e suas análises.

Um relatório recente da PwC, afirma que até o final de 2021, 69% dos empregadores já exigiram habilidades de ciência e análise de dados de seus candidatos.

Entre as habilidades essenciais nesta categoria está o conhecimento de pelo menos uma linguagem de programação analítica como a R, MATLAB ou Python. Noções básicas de SQL para consultas básicas de banco de dados e habilidades avançadas do Microsoft Excel.

2.2. O voluntariado em favor da cidadania de dados

No Brasil, o Social Good tem se especializado no uso de dados para o bem e para a geração de impacto social. Se tiver curiosidade, visite o site do Social Good Brasil e acesse uma infinidade de conteúdos nessa área. Um exemplo é a formação Cidadão de Dados, que tem como ponto de partida que a fluência em dados é uma habilidade essencial para todos:

“O Social Good Brasil quer te ajudar a ser mais fluente em dados. Por isso, criamos o Cidadão de Dados, uma formação EAD acessível para todas as pessoas! (…) Não só para quem é cientista de dados. (…). Por isso, o Cidadão de Dados pode ser para estudantes, pessoas que estão entrando no mercado de trabalho ou em transição de carreira, empreendedores de diferentes áreas, gestores públicos, colaboradores de empresas, ONGs, empreendedores e investidores sociais, entre outros” (Social Good Brasil).

Faça o teste e descubra o seu nível de fluência em dados e busque que conhecimentos como esses sejam partilhados pelo seu programa de voluntariado.

3. Pensamento crítico e habilidades interpessoais

De acordo com o artigo da HRForecast, além de impulsionar as organizações e seus funcionários para a digitalização, o futuro do local de trabalho também exige um aprimoramento das habilidades cognitivas e interpessoais.

Um dos conjuntos de habilidades cruciais aqui é a capacidade de abraçar a mudança.

A fim de preparar suas organizações para inovar e enfrentar desafios futuros, a primeira coisa que os líderes de RH precisam impulsionar é a flexibilidade e a adaptabilidade perante as mudanças no local de trabalho.

Também é importante, desenvolver a resolução de problemas, a capacidade de buscar informações relevantes, detectar e se livrar de preconceitos, fazer as perguntas certas, demonstrar escuta ativa, abraçar a narrativa e outras habilidades relacionadas ao pensamento crítico e à comunicação.

Além disso, os RHs precisam estar atentos à construção em suas empresas de habilidades interpessoais como colaboração, capacidade de resolver conflitos, motivar e capacitar outras pessoas, fomentar a cultura de inclusão, demonstrar empatia, sociabilidade e, em geral, desenvolver relacionamentos no nível local de trabalho.

3.1. O voluntariado é uma fábrica de competências

Todas as competências do ítem 3, e que estão relacionadas ao pensamento crítico e exercício de habilidades interpessoais são desenvolvidas, do planejamento à execução, em projetos de voluntariado corporativo.

O colaborador que é também voluntário já é um profissional do futuro!

Por isso, para estimular que o voluntariado de competências favoreça cada vez mais o seu contexto empresarial, veja outros conteúdos do blog relacionados ao assunto:

·       Voluntariado e RH: Conheça a matriz de competências que ajuda você a aprimorar seu Programa

·       Um olhar português para o Voluntariado de Competências

·       5 competências do voluntariado para um mundo pós Covid

·       Voluntariado e RH: saiba mapear competências e utilizá-las no seu programa

·       Como medir o desenvolvimento de competências em um Programa de Voluntariado

·       Como o voluntariado ajuda a desenvolver competências profissionais

4. Liderança

De acordo com o estudo da McKinsey, nove entre cada dez CEOs acreditam que as habilidades de liderança são vitais, especialmente para empresas em constante crescimento e expansão.

Habilidades como ajudar os outros a crescer, liderar pelo exemplo, impulsionar mudanças e inovações, demonstrar propriedade e persistência, são essenciais e inspiradoras para construir uma organização voltada para o futuro.

4.1. Lideranças que se desenvolvem por meio do voluntariado

No cenário do voluntariado corporativo temos observado como o exercício de lideranças em comitês locais tem fortalecido colaboradores enquanto líderes informais ou formais.

O exercício das competências de liderança em cenários de adversidades sociais e onde a participação e engajamento do time é estritamente voluntária, faz da liderança em voluntariado, uma escola para a liderança dentro das empresas.

O voluntariado de competências é o que mais cresce

Os programas de desenvolvimento de competências por meio do voluntariado tem crescido imensamente. Desde que as empresas perceberam que a partilha de habilidades online trazia não só sobrevida para os programas de voluntariado no isolamento social da pandemia, mas também grandes soluções sociais e crescimento interno.

Um grupo de voluntariado formado em todas essas habilidades para o futuro, carrega e aplica o conhecimento adquirido para dentro e para fora dos limites da empresa. Fazendo do processo formativo um processo de geração de impacto social também.

O próprio exercício do voluntariado, garante o aprimoramento em muitas das competências do futuro, como as habilidades interpessoais e lideranças numa via de mão dupla.

Quanto mais habilidades para o futuro são partilhadas com a comunidade, mais o investimento em pessoas capacitadas retorna para a empresa em forma de contratações preparadas.

Não é novidade para ninguém, voluntariado é uma fábrica de benefícios, um laboratório vivo das dinâmicas de ganha- ganha.