Diversidade é uma dessas palavrinhas mágicas, do tipo que é possível colocar em diferentes contextos e realidades e que sempre funciona. É, por si só, algo positivo, um valor de inclusão, agregador. Quando associada a outras palavras, especificam a inclusão a que se refere, como a racial, sexual, de gênero, de deficientes físicos, etc.
O Voluntariado, assim como a Diversidade, também assume essa função. É o tal fazer-o-bem-sem-ver-a-quem. Nos remete a algo positivo e bem intencionado. Então, por que não juntar essas duas palavrinhas mágicas para fazer o bem, promover a inclusão e contribuir para um mundo que seja, além de diverso, inclusivo e respeitoso.
Ser voluntário é necessariamente ser amante da diversidade, pois nos faz enxergar o outro não como melhor nem pior, mas como diferente. Não estranho, apenas diferente. E é na diferença e na empatia que desenvolvemos que está a beleza de ser voluntário.
Enquanto gestores de programas de voluntariado, temos a possibilidade de juntar esses dois temas de maneira prática, pois quando estamos desenhando uma próxima ação, alguns pontos podem nos escapar e podemos comprometer – e muito – o sucesso de uma ação por conta disso. Por isso, aqui vão algumas dicas:
1) Diversidade físico-motora
Se sua ação depende de um jogo de tabuleiro, cartas, apostilas, livros ou qualquer outro material impresso, lembre-se sempre de produzir uma pequena cota para deficientes visuais. Pode parecer algo fora do comum, mas não é.
Há, atualmente, tecnologias avançadas de softwares e máquinas que fazem leituras de materiais impressos, mas não são todos que tem acesso. Portanto, ter esse cuidado é tornar sua ação aberta à participação de todos, de verdade.
Além disso, se a formação para a ação depende de uma palestra ou de uma apresentação, por exemplo, lembre-se de perguntar no processo de inscrição se haverá algum deficiente auditivo na turma. Se sim, não hesite em mandar a “fala” do palestrante por escrito ou contratar um intérprete de sinais.
2) Diversidade sexual e de gênero
Ao solicitar dados pessoais, como numa avaliação por exemplo, tenha cuidado com a tal questão “Sexo”. Diversos manuais de boas práticas das empresas já reiteraram o compromisso de tratar seus colaboradores e então, seus voluntários, por “gênero”.
Para todos os efeitos, sexo é aquele biológico, designado no momento de nascimento e pode condizer ou não com o gênero com que a pessoa se identifica. Portanto, perguntar sempre “Qual seu gênero?” ao invés de “Qual seu sexo?” é ser inclusivo de verdade.
Dica: se você quiser ir além, deixe sempre a opção de não responder nessa questão, pois acredite se quiser, há pessoas que não se identificam com nenhum. 🙂
3) Diversidade racial
A realidade racial do nosso país é fruto de enorme miscigenação associada à imigrações e mais imigrações e portanto, muitas caras e cores juntas. Tenha isso em mente quando for pensar na sua comunicação!
Você pode acreditar ou não em sistema de cotas, mas a realidade é que precisamos contemplar o máximo de possibilidades para que as pessoas se identifiquem e se sintam “parte do todo”.
Assim, ao pensar um e-mail ou um banner que vá usar “voluntários modelos”, lembre-se de chamar negros(as), brancos(as), asiáticos(as). Quanto mais diferença, mais as pessoas se sentirão incluídas.
E você, tem alguma dica de como promover a inclusão e trazer a diversidade para o seu programa de voluntariado? Conte pra gente!
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