9 tendências do Voluntariado Empresarial em 2022

Feliz Ano Novo!!!

Feliz possibilidade de um novo olhar para as oportunidades e desafios que nos serão apresentados neste novo ciclo!

Afinal, no que se refere ao voluntariado corporativo, em que devemos ficar de olho em 2022?

Para o primeiro artigo do ano recorro a um conteúdo lançado pelo Grupo de Institutos Fundações e Empresas (GIFE), chamado “Retrospectiva 2021: os aprendizados e as possibilidades para o investimento social privado em 2022”.

Neste material o GIFE apresenta 9 tendências e oportunidades para o ISP em 2022 . Aqui, analisamos cada uma delas, fazendo a ponte entre o universo do Investimento Social Privado (ISP) e o Voluntariado Corporativo.

Vamos lá? Cada subtítulo é uma tendência/oportunidade:

1. Investimentos mais eficazes e escaláveis, a fim de responder aos desafios relacionados às desigualdades.

Observamos o aumento das desigualdades sociais nos últimos dois anos e com ele a necessidade de todos os setores da sociedade atuarem de forma coordenada.

O investimento das empresas se manteve forte apesar da insegurança econômica. Os dados do BISC (Benchmarking do Investimento Social Corporativo) mostram que o investimento social cresceu 13%.

O voluntariado, de acordo com o mesmo estudo, também cresceu: apresentando o surpreendente aumento de 67% no número de voluntários. E o volume de recursos investidos em programas de voluntariado foi da ordem de R$ 12 milhões.

O que se observa como oportunidades no tema dos investimentos, é o desenvolvimento de projetos e ações que, com o mesmo volume de recursos, ajudem a mais pessoas de forma escalável, focando nas áreas e públicos mais vulneráveis, como as famílias de baixa renda e pessoas sem emprego.

O investimento mais assertivo poderá possibilitar a geração e o acesso à renda para um número maior de beneficiários, por meio de programas mais acessíveis.

Como exemplo disto, as ações de voluntariado digital são grandes aliadas, permitindo que com um único esforço, pessoas de diversas regiões e procedências possam ser atendidas à distância, de forma online.

2. Maior consciência dos cidadãos sobre o poder de seus ativos, com mais questionamentos sobre a que propósitos servem seus investimentos.

A internet possibilita pessoas hiper vigilantes das atitudes que sua empresa tem com os colaboradores, meio ambiente e sociedade. Basta um único discurso incoerente com a prática para a cultura do cancelamento trazer graves danos à reputação da sua organização.

Esse grupo de pessoas atentas se mantém em 2022 e inspiram oportunidades para o programa de voluntariado agregar quem muito julga, observa e se preocupa com a atuação das empresas, para se juntarem às suas ações concretas de voluntariado corporativo.

Seus clientes são convidados a participar das suas ações de voluntariado? Ou minimamente conhecem aquilo que sua empresa já faz nesse sentido?

Evidenciar o conjunto de ações sociais que já são realizadas e que muitas vezes não são valorizadas e comunicadas como devido pode ajudar a embasar o discurso de responsabilidade social da sua empresa, tanto para fins de reportes, ESG, quanto para a percepção e opinião pública.

3. Desenvolvimento de modelos de negócios lucrativos alinhados às demandas das novas gerações e aos desafios socioambientais.

Os novos negócios são sociais e levam em conta em seus produtos e processos as demandas da sociedade e do ambiente.

A oportunidade aqui é reavaliar todo o modelo de negócio, de recursos e de processos de sua empresa, de forma a levarem em conta os critérios ESG daqui para frente.

O voluntariado entra nessa tendência como projeto que aproxima colaboradores, empresa e comunidade para o diálogo e para o vínculo. É possível que dessas relações nasçam projetos que beneficiem a empresa e a sociedade de maneira mutualista.

Programas de voluntariado alinhados ao negócio contribuem para a estruturação de um modelo responsável.

4. Maior vinculação entre o investimento social privado e as estratégias ESG de empresas e investidores.

O ISP há muito se orienta para o alinhamento ao negócio, buscando, de forma integrada, estruturar negócios mais sustentáveis e programas mais comprometidos com os propósitos das empresas.

O lucro sem avaliação, sem prevenção e mitigação dos riscos e impactos sociais agora tem menor simpatia por parte dos investidores, que levam em conta os critérios e estratégias de ESG como ferramentas de mensuração de valor dos empreendimentos.

E, nesse contexto, cada vez mais os Programas de Voluntariado se transformam em ferramentas poderosas para a construção dessa estratégia de negócio mais sustentável, tendência que se mantém para 2022.

O voluntariado se alinha na medida em que é uma ferramenta de práticas de ESG interna e externa. A sua capacidade de envolvimento de pessoas gera engajamento e ação sobre os planos de desenvolvimento socioeconômico e ambiental da empresa.

Se reportados de forma integrada aos critérios ESG, os resultados do voluntariado transbordarão nos relatórios.

“Se antes a realização de atividades voluntárias era vista por muitos como algo sem relação com os resultados corporativos, agora essas ações passam a ser parte integral da estratégia de negócios. (…) Ao estimular o voluntariado entre os seus colaboradores, uma empresa pratica seus valores e tangibiliza, em forma de ação, os seus princípios ESG” (Fonte: RHpraVocê).

5. Reforço dos critérios de mensuração de sucesso dos projetos e programas.

As avaliações de resultado e de impacto crescem em utilização, na medida em que as metodologias de mensuração têm sido apresentadas.

Saber os resultados daquilo que se investe é essencial e não é diferente para os programas de voluntariado.

Compreender o que se pretende do programa de voluntariado em 2022 ajudará a traçar indicadores realistas, que serão perseguidos durante o ano. Indicadores esses ligados aos impactos sociais, aos resultados para a empresa e para os voluntários e integrados ao que se espera em termos de relatórios de sustentabilidade e de critérios de ESG.

6. Maior atenção e debate sobre gestão de pessoas para a construção de equipes mais efetivas e humanizadas, principalmente no setor público.  

Os programas de voluntariado são os programas de investimento social com, necessariamente, um olhar de cuidado para dentro e para fora da empresa.

Para dentro, quando olha para os colaboradores enquanto cidadãos integrais e com potencial para serem voluntários.

O exercício da humanidade por meio do voluntariado traz inúmeros benefícios internos para as pessoas e times das empresas.

Veja algumas matérias do nosso blog relacionadas ao voluntariado e a uma cultura de desenvolvimento de pessoas e líderes e como eles têm tudo a ver com as tendências para 2022:

7. Reconstrução do espaço cívico e ativação da participação da sociedade civil, a fim de promover a inclusão de jovens e mudanças efetivas nas políticas públicas.

Criação de espaços cívicos, ativação e participação da sociedade civil é especialidade dos programas de voluntariado.

Durante os dois últimos anos cresceram os programas de voluntariado digital com foco em mentoria para jovens, para que esse público receba cada vez mais ferramentas para os desafios que vão enfrentar.

Investir em ações de voluntariado que, sobretudo, possibilitem a tomada da responsabilidade, de consciência e atitude cidadã por parte dos diversos públicos que participam faz enriquecer a abordagem que a capilaridade dos programas de voluntariado possibilita.

Isso quer dizer que muitas vezes uma ação voluntária não precisa ser complexa, mas pode sempre carregar a mensagem e um discurso de emancipação dos grupos envolvidos, espalhando o espírito cívico para muita gente.

Está aí uma das riquezas dos momentos de capacitação de voluntários: a possibilidade de treinar os voluntários para aquilo que se deve dizer, valorizar e advogar durante as ações.

Quando um grupo de voluntários leva uma mensagem da participação cidadã, está educando para a cidadania e isso em nosso país é muito valioso.

8. Compreensão sobre qual é o equilíbrio entre trabalho presencial e remoto para melhor produtividade, qualidade de vida e sustentabilidade.

Na linha do cuidado com o público interno, há a observância de que o nível de pressão sobre os trabalhadores cresceu. E para 2022 permanece a atenção sobre esse tema.

Se os programas sociais dentro das empresas podem ajudar nesse assunto, as ações de voluntariado podem “despressurizar” os colaboradores em ações fora do seu contexto laboral. Isso possibilita ainda a aquisição de novas competências e habilidades, sem necessariamente estar “fazendo mais do mesmo”.

Obviamente, são as ações das áreas de Gestão de Pessoas e lideranças que impactam diretamente sobre a qualidade de vida dos colaboradores.

Mas um programa de voluntariado pode provocar essa compreensão de equilíbrio entre profissional e pessoal, humanizar os canais digitais quando realizado de forma on-line, levar benefícios sociais por meio de laços ou encontros presenciais e certamente melhorar o ambiente de trabalho, a performance e bem estar das equipes.

9. Maior cooperação entre empresas e terceiro setor, unindo esforços e trabalhando juntos a partir de relações de confiança e sinergia.

A cooperação fortalece a rede de investidores e de parcerias nos territórios. Integrar os esforços de cada agente, criando uma “inteligência coletiva e sistêmica”, favorece o alcance de melhores resultados.

Quando as prioridades de um território são observadas de maneira isolada, pode-se observar empresas fazendo investimentos sobrepostos ou mesmo entidades do terceiro setor sobrepondo a assistência.

Será que todos esses recursos não podem ser coordenados para um maior ganho de escala e eficiência?

O diálogo entre organizações dos diversos setores se faz crucial para o momento atual, que demanda assertividade nos projetos, urgência de assistência, e resultados concretos.

Ações de voluntariado integradas entre empresas têm sido uma tendência. O diálogo e cooperação nas diferentes áreas e territórios de atuação podem potencializar tais resultados, congregando, de maneira mais organizada, esforços de diversos investidores sociais, OSs e voluntários.

O diálogo entre empresas e instituições sociais pode se fortalecer com a presença de voluntários capacitados e ações que reúnam voluntários de diversas empresas podem queimar etapas e otimizar esse processo.  

Como exemplo, o V2V realizou no ano passado a ação Inspire Jovens Talentos: a primeira ação de Voluntariado Empresarial Digital Multiempresas do país, que foi um sucesso!

Tanto que mais uma edição será realizada esse ano e, caso você se interesse em participar, pode conferir aqui.

Utilize essas informações para criar programas transformadores

Que essas tendências de 2022 inspirem sua empresa e fortaleçam sua atuação enquanto empresa responsável.

Não deixe de conferir o material completo lá do GIFE, que apresenta um infográfico muito assertivo e fácil de compreender.

Se quiser conversar sobre os desafios da sua empresa para o ano, contate a equipe do V2V. Temos uma frente de consultoria pronta com as melhores ferramentas para co-construir uma atuação transformadora o ano todo!